⊱⋅ Capítulo Dezoito ⋅⊰

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"Se for preciso, eu renunciarei de novo
Eu me consagrarei de novo
Conforme eu vou sumindo
Você vai crescendo em mim
Eis-me aqui
Envia-me
Eu não quero nada pra mim
É tudo para Ti"
(Tudo Para Ti, Ministério Zoe)

"Se for preciso, eu renunciarei de novoEu me consagrarei de novoConforme eu vou sumindoVocê vai crescendo em mimEis-me aquiEnvia-meEu não quero nada pra mimÉ tudo para Ti"(Tudo Para Ti, Ministério Zoe)

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Como eu havia permitido que tal sentimento impuro e egoísta se enraizasse em meu coração? Como permitira que um julgamento egocêntrico tomasse conta de mim?

Eu — que sempre fora tão empática e cuidava para procurar entender as dores das pessoas —, na primeira oportunidade julguei e culpei alguém inocente.

Coisa que nem Cristo, sendo íntegro e totalmente Santo, fizera comigo. Ele poderia me julgar e culpar, mas resolveu me amar e perdoar as minhas dívidas.

Eu deveria acolher o seu Ricardo. Amá-lo. Ele já estava se culpando pelo que acontecera, e tudo aquilo que soou como falso aos meus olhos, de repente mostrou a verdadeira face. Aquele homem estava sofrendo.

E sofrendo calado, como o filho fazia; sofrendo em silêncio, lutando com seus próprios pensamentos. Em vez de auxiliá-lo, empurrei-o para mais fundo no buraco.

Quem era eu para fazer isso?

— Jesus, tem misericórdia de mim — pedi, mais uma vez.

Ouvi passos atrás de mim. Logo, minha mãe se abaixou e colocou a mão no meu ombro. Ergui os olhos inchados para ela.

— O que foi, minha filha?

— Eu pequei contra o Senhor, mãe — falei, sem aguentar o choro que voltou a correr. — Pequei contra Ele e contra o seu Ricardo. — Escondi meu rosto nos joelhos novamente enquanto um carro passava por nós.

— Como assim? Me explique — pediu ela.

— Lembra que eu saí para falar com Tom ontem? — comecei. — Eu fui até o irmão Hilquias para isso, mas ele não tinha ido ao trabalho. Então fui até sua casa. Chegando lá, seu Ricardo estava bêbado, e Tom tentava acalmar ele, pelo que entendi. Mas teve um momento em que o seu Ricardo o empurrou, ele caiu, e quando se pôs de pé, o carro o atropelou. — Parei para chorar de novo.

— Oh, céus. — Ela balançou a cabeça. — É por isso que ele estava tão calado. Quanta culpa deve estar sentindo.

A compaixão imediata da minha mãe fez eu me sentir minúscula.

— Mamãe, eu gritei com o seu Ricardo. — Olhei em seus olhos. Eles eram cor mel, mas tinham alguns pontos esverdeados. — Disse que era culpa dele. Que ele é um péssimo pai. Eu pequei. — Apertei os olhos ao ver a expressão repreensiva de minha mãe.

Eu merecia a repreensão, e sabia disso. Mas, ainda assim, recebê-la doía.

— Ah, Taíse. — Ela apertou os lábios.

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora