"Eu acredito que as promessas que Ele faz, Ele cumpre. Acredito que, mesmo que o Senhor me permita sofrer ainda mais, mesmo se esmagar e quebrar o meu coração, ainda assim estará lá para juntar os meus pedaços. Ainda que demore, acredito que um dia...
"Se for preciso, eu renunciarei de novo Eu me consagrarei de novo Conforme eu vou sumindo Você vai crescendo em mim Eis-me aqui Envia-me Eu não quero nada pra mim É tudo para Ti" (Tudo Para Ti, Ministério Zoe)
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Como eu havia permitido que tal sentimento impuro e egoísta se enraizasse em meu coração? Como permitira que um julgamento egocêntrico tomasse conta de mim?
Eu — que sempre fora tão empática e cuidava para procurar entender as dores das pessoas —, na primeira oportunidade julguei e culpei alguém inocente.
Coisa que nem Cristo, sendo íntegro e totalmente Santo, fizera comigo. Ele poderia me julgar e culpar, mas resolveu me amar e perdoar as minhas dívidas.
Eu deveria acolher o seu Ricardo. Amá-lo. Ele já estava se culpando pelo que acontecera, e tudo aquilo que soou como falso aos meus olhos, de repente mostrou a verdadeira face. Aquele homem estava sofrendo.
E sofrendo calado, como o filho fazia; sofrendo em silêncio, lutando com seus próprios pensamentos. Em vez de auxiliá-lo, empurrei-o para mais fundo no buraco.
Quem era eu para fazer isso?
— Jesus, tem misericórdia de mim — pedi, mais uma vez.
Ouvi passos atrás de mim. Logo, minha mãe se abaixou e colocou a mão no meu ombro. Ergui os olhos inchados para ela.
— O que foi, minha filha?
— Eu pequei contra o Senhor, mãe — falei, sem aguentar o choro que voltou a correr. — Pequei contra Ele e contra o seu Ricardo. — Escondi meu rosto nos joelhos novamente enquanto um carro passava por nós.
— Como assim? Me explique — pediu ela.
— Lembra que eu saí para falar com Tom ontem? — comecei. — Eu fui até o irmão Hilquias para isso, mas ele não tinha ido ao trabalho. Então fui até sua casa. Chegando lá, seu Ricardo estava bêbado, e Tom tentava acalmar ele, pelo que entendi. Mas teve um momento em que o seu Ricardo o empurrou, ele caiu, e quando se pôs de pé, o carro o atropelou. — Parei para chorar de novo.
— Oh, céus. — Ela balançou a cabeça. — É por isso que ele estava tão calado. Quanta culpa deve estar sentindo.
A compaixão imediata da minha mãe fez eu me sentir minúscula.
— Mamãe, eu gritei com o seu Ricardo. — Olhei em seus olhos. Eles eram cor mel, mas tinham alguns pontos esverdeados. — Disse que era culpa dele. Que ele é um péssimo pai. Eu pequei. — Apertei os olhos ao ver a expressão repreensiva de minha mãe.
Eu merecia a repreensão, e sabia disso. Mas, ainda assim, recebê-la doía.