“Eu descobri que sem Ti
Sem Ti eu nada posso fazer
É tudo sobre Você
Tudo para Você, Jesus”
(Nunca foi Sobre Nós, Ministério Zoe)Taíse,
Primeiramente: me perdoe.
Quando atendi sua ligação, eu estava em busca do arco-íris novamente. Já lhe expliquei um pouco sobre isso na primeira carta, mas você não leu.
Diante dos acontecimentos recentes, confesso ter sentido o desejo de lhe contar o que se passa, mesmo que estivesse decidido a não fazê-lo. Por ter atendido sua ligação e te deixado preocupada, percebo o quão egoísta sou.
Eu gostaria que você participasse apenas das partes felizes que há em minha vida; os bons momentos que o Senhor me concede passar. Mas isso não é possível quando em mim mesmo habita escuridão.
Quando me imagino contando para você sobre tudo o que passo com meu pai, penso que iria perguntar o porquê de eu tê-lo escolhido.
Gostaria de te escrever sobre. Ou, quem sabe, de lembrar a mim mesmo.
Em 2012, quando eu tinha quase doze anos, minha mãe engravidou. Ela ficou muito feliz por isso, já que meus pais só tiveram a mim em todo o casamento. Porém, aos cinco meses de gestação, ela perdeu o bebê.
Não quero entrar no particular dos meus pais, mas isso abalou o casamento deles. Eu não saberia explicar porquê, mas eles se tornaram distantes um do outro. Brigavam constantemente por coisas cada vez mais bobas, e não conversavam mais como antes. Minha mãe chorava direto e meu pai bebia mais de duas latas de cerveja por vez, o que eu notava.
A dificuldade no casamento deles me deixava muito preocupado.
Um pouco depois de eu completar os 12 anos, de maneira súbita, minha mãe chegou em casa possessa de fúria. Confuso, entendi a situação pelas frases que ela gritava enquanto lançava objetos de vários materiais na direção do meu pai. Ele a havia traído, depois de mais de uma década de casamento.
Lembro-me perfeitamente da angústia que senti, sem saber o que fazer. Às vezes, eu me aproximava, mas meu pai gritava para que me afastasse. Minha mãe parecia fora de si.
Atordoado, saí de casa correndo, sem me importar se tinha alguém me observando ou não.
Corri direto para a igreja. Não sabia porque estava indo para lá, mas hoje entendo que foi o Espírito Santo me guiando. Na época, o pastor Cristóvão estava totalmente disponível aos irmãos, por estar desempregado. O seu trabalho se tornou a igreja, que ficava aberta o dia inteiro para quem precisasse.
Quando cheguei, ele me acolheu e perguntou o que estava acontecendo. Eu não consegui explicar, estava muito assustado. Ele, entendendo, me deixou chorar por um bom tempo, apenas me fazendo companhia.
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O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"
Romansa"Eu acredito que as promessas que Ele faz, Ele cumpre. Acredito que, mesmo que o Senhor me permita sofrer ainda mais, mesmo se esmagar e quebrar o meu coração, ainda assim estará lá para juntar os meus pedaços. Ainda que demore, acredito que um dia...