⊱⋅ Capítulo Oito ⋅⊰

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“Aquieta minh'alma
Faz meu coração ouvir tua voz
Me chama pra perto
Só assim eu não me sinto só”
(Aquieta Minh'Alma, Ministério Zoe)

“Aquieta minh'almaFaz meu coração ouvir tua vozMe chama pra pertoSó assim eu não me sinto só”(Aquieta Minh'Alma, Ministério Zoe)

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A relação entre mim e meu avô paterno sempre fora boa. Mas, quando se tratava do relacionamento dele e do meu pai, isso mudava.

Eu me lembrava de minha infância e início de adolescência, em que ouvira meu avô expor as suas críticas quanto ao meu tio Demas, que tivera Gregory fora de um casamento, dois anos antes de eu nascer.

Mas ele não criticava na frente dos citados. Amava muito ao primeiro neto, apenas reprovava as atitudes do segundo filho.

Meu pai era o mais velho, e fora o primeiro a realmente se casar. Aos olhos do meu avô, o meu nascimento provinha de um relacionamento onde tudo fora feito corretamente: namoro, noivado e casamento. Ele tinha uma base católica em seu caráter, e eu concordava com alguns dos princípios.

No entanto, após o divórcio dos meus pais, meu avô transformou seu olhar a respeito do filho primogênito. Agora, meu pai era o alvo de suas críticas.

Quando vinha nos visitar, eu sentia que ele queria fazer meu pai pensar que havia cometido o maior erro de sua vida, e não somente por trair a minha mãe. Tendo somente filhos homens, meu avô a amava como a uma filha, mais do que às outras noras. Ele culpava meu pai por tirá-la da família.

Costumava vir fazer uma refeição conosco duas vezes por mês. Mesmo morando na mesma cidade, não vinha à nossa casa com mais regularidade havia sete anos.

Ano após ano, as críticas não cessavam. Eu não compreendia meu avô; ele sempre fora um homem amoroso, alegre e atencioso. Mas a presença do meu pai o impedia de demonstrar tais qualidades. Eu sentia muita falta delas.

Estávamos os três jantando à mesa.

Meu pai havia cozinhado carne moída e macarrão. A carne estava extremamente salgada, mas o macarrão, sem gosto algum, então um compensava o outro.

Meu avô começou a falar sobre os meus tios.

— Charles me disse que está pensando em ter outro filho, depois de quinze anos da Maria Helena — comentou, referindo-se a um dos meus tios gêmeos, e sua filha mais nova.

— A Talita concorda? — perguntou meu pai, referindo-se à esposa de tio Charles.

— Parece que sim, Ricardo — respondeu. — Não reclamo, é mais um neto. — Sorriu, e soltou um suspiro. — Marco e Marcelo estão crescendo tão rápido, preciso vê-los logo — acrescentou, referindo-se aos filhos gêmeos do meu outro tio gêmeo, Silas. — Anda falando com Gregory, filho? — Se voltou à mim.

— Não, vovô — informei. — Ele não costuma me responder quando mando mensagem.

— Seria bom se conseguisse conversar com ele — disse. — Anda passando por uns problemas com Demas.

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora