“Me ajuda
Mesmo se eu falhar, me ajuda
Mesmo se eu errar, me ajuda
Pois sem a Tua ajuda eu não vou chegar
Me ajuda
A passar este deserto, me ajuda
A fazer o que é certo, me ajuda
Pois sem Tua ajuda eu não vou chegar”(Me Ajuda, Cyda Brandão)
03 de agosto de 2020. Segunda-feira.
— Então, Deus ainda não te respondeu? — Carolaine perguntou ao telefone, rindo em seguida.
Eu estava dentro do ônibus, a caminho do hospital. Havia ligado para minha amiga para saber sobre a missionária que havia chegado, a qual iria passar um bom tempo em Jardim Bonfim.
Mas Carolaine havia mudado o assunto para mim.
— Não, ainda não — respondi, franzindo as sobrancelhas. — Por que está rindo?
— É engraçado o modo de Deus agir — explicou, respirando fundo para se acalmar. — Se você é uma pessoa tímida, Ele te coloca para pregar para multidões. Se você nunca foi muito coordenada para tocar instrumentos, Ele te coloca num grupo de louvor. — Ela estava se referindo a si mesma. — Sei lá, o Luiz não gostava muito de cantar, mas aí Deus queria que ele fizesse isso. Aí, no seu caso, Ele te faz esperar. — Riu mais uma vez.
Acabei rindo também, me lembrando de algo.
— Você me fez lembrar de um dia em que conversei com Tom. Na verdade, eu tinha ligado para vocês também, mas já tínhamos desligado com você e o Luiz. — Pensei alto. — Eu disse para ele que odiava esperar. — Soltei um riso nervoso.
— Era melhor não ter dito. — Carolaine zombou.
Balancei a cabeça, e logo desliguei a ligação porque o ônibus havia parado no ponto em que eu desceria.
Já dentro do São Marcos, cumprimentei Tânia. Depois de ter minha passagem liberada, subi até o terceiro andar, me direcionando ao quarto de Tom.
Mas, no caminho, vi doutora Ísis de costas para minha direção enquanto conversava com um enfermeiro, que já se afastava. Fui até ela e a abracei, surpreendendo-a.
— Boa tarde, doutora Ísis! — cumprimentei.
— Que susto, querida. — Ela riu, afetuosa como sempre. — Boa tarde. — Virou-se para mim e me abraçou de volta. — Como você está?
— Estou bem, graças a Deus — respondi. — E a senhora?
— Cansada, porém bem. Meu marido não conseguiu dormir à noite, chegou do escritório com uma dor de estômago que não passava — falou, pousando a mão sobre as minhas costas.
— Ele comeu alguma coisa que fez mau?
— Talvez algo que já estava vencido. Meu bem esquece de conferir. — Riu. De repente, ela se inclinou um pouco para o meu lado e falou, baixo, como se fosse um segredo: — Hoje completamos quinze anos de casamento. Ele vai me levar para jantar.
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O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"
Romance"Eu acredito que as promessas que Ele faz, Ele cumpre. Acredito que, mesmo que o Senhor me permita sofrer ainda mais, mesmo se esmagar e quebrar o meu coração, ainda assim estará lá para juntar os meus pedaços. Ainda que demore, acredito que um dia...