“E se Ele não quiser, fazer o vento cessar?
E se Ele não quiser, o mar acalmar?
E no meio dessa tempestade, apenas te restar
A voz de um adorador?
[...]
O que é que você faz?
Questiona ou adora?”
(Questiona ou adora, Flordelis)
Acordei com meus pais desesperados sobre mim, falando meu nome repetidas vezes.Ao abrir os olhos, meu primeiro pensamento foi o que me levara a desmaiar. Eles se encheram de lágrimas imediatamente, e me encolhi no sofá para continuar chorando.
Eu estava numa situação decadente.
— Minha filha, pelo amor de Deus, reaja. — Minha mãe pediu, chacoalhando o um pouco o meu ombro.
— Você não quer ir ver o Thomas? — Meu pai perguntou.
Provavelmente, eles haviam falado com dona Solange depois que apaguei.
— Eu não quero! — falei, e me surpreendi com a raiva que estava sentindo. — Eu não quero passar o aniversário dele no hospital!
— Mas, minha filha... — A voz de minha mãe me repreendia.
— Tai, mas e a dona Sol e o seu Rick? Eles precisam de você — falou Gael.
Eles precisam de você.
Mas eu não estava em condições de ajudá-los. Meu coração faltava parar. Como iria consolar alguém naquele estado?
— Eu não vou ajudar em nada — respondi, sentindo uma dor palpável e intensamente pesada se espalhar por todo o meu corpo.
— Não pode se excluir do mundo, filha — disse meu pai. Desisti de me esconder e me levantei, sentando-me na beirada do sofá. — Você pode estar lá, sofrendo junto com eles nesse momento.
— Mas eu não quero sofrer — retruquei ainda. — Eu quero parar de sofrer...
— Taíse Rosa, olhe para mim. — Senti as mãos de minha mãe puxarem o meu rosto em sua direção.
Encarei seus olhos de mesma cor que os meus, mel, sem parar de chorar.
— Você tem mesmo certeza de que quer ficar em casa enquanto seu melhor amigo... Ou, no caso, se eu puder dizer pessoa amada, está no hospital? — Ao ouvi-la, um frio súbito tomou posse do meu estômago. — Tem certeza de que não quer vê-lo? Quer se excluir nesse mar de sofrimento e deixá-los sozinhos? Tem certeza do que está dizendo?
Se eu tive alguma vez, não tinha mais.
Balancei a cabeça enquanto que ela deixava meu rosto.
— Eu me colocaria no lugar dele, se pudesse — falei. — Não quero que Tom vá embora. Eu preciso dele.
Eu ainda chorava, mas mantive meus olhos abertos. Vi meus pais se entreolharem, surpresos com o que eu dissera. Também me dei conta do que significava.
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O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"
Roman d'amour"Eu acredito que as promessas que Ele faz, Ele cumpre. Acredito que, mesmo que o Senhor me permita sofrer ainda mais, mesmo se esmagar e quebrar o meu coração, ainda assim estará lá para juntar os meus pedaços. Ainda que demore, acredito que um dia...