⊱⋅ Capítulo Cinquenta e Dois ⋅⊰

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“E se Ele não quiser, fazer o vento cessar?
E se Ele não quiser, o mar acalmar?
E no meio dessa tempestade, apenas te restar
A voz de um adorador?
[...]
O que é que você faz?
Questiona ou adora?”
(Questiona ou adora, Flordelis)

Acordei com meus pais desesperados sobre mim, falando meu nome repetidas vezes

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Acordei com meus pais desesperados sobre mim, falando meu nome repetidas vezes.

Ao abrir os olhos, meu primeiro pensamento foi o que me levara a desmaiar. Eles se encheram de lágrimas imediatamente, e me encolhi no sofá para continuar chorando.

Eu estava numa situação decadente.

— Minha filha, pelo amor de Deus, reaja. — Minha mãe pediu, chacoalhando o um pouco o meu ombro.

— Você não quer ir ver o Thomas? — Meu pai perguntou.

Provavelmente, eles haviam falado com dona Solange depois que apaguei.

— Eu não quero! — falei, e me surpreendi com a raiva que estava sentindo. — Eu não quero passar o aniversário dele no hospital!

— Mas, minha filha... — A voz de minha mãe me repreendia.

— Tai, mas e a dona Sol e o seu Rick? Eles precisam de você — falou Gael.

Eles precisam de você.

Mas eu não estava em condições de ajudá-los. Meu coração faltava parar. Como iria consolar alguém naquele estado?

— Eu não vou ajudar em nada — respondi, sentindo uma dor palpável e intensamente pesada se espalhar por todo o meu corpo.

— Não pode se excluir do mundo, filha — disse meu pai. Desisti de me esconder e me levantei, sentando-me na beirada do sofá. — Você pode estar lá, sofrendo junto com eles nesse momento.

— Mas eu não quero sofrer — retruquei ainda. — Eu quero parar de sofrer...

— Taíse Rosa, olhe para mim. — Senti as mãos de minha mãe puxarem o meu rosto em sua direção.

Encarei seus olhos de mesma cor que os meus, mel, sem parar de chorar.

— Você tem mesmo certeza de que quer ficar em casa enquanto seu melhor amigo... Ou, no caso, se eu puder dizer pessoa amada, está no hospital? — Ao ouvi-la, um frio súbito tomou posse do meu estômago. — Tem certeza de que não quer vê-lo? Quer se excluir nesse mar de sofrimento e deixá-los sozinhos? Tem certeza do que está dizendo?

Se eu tive alguma vez, não tinha mais.

Balancei a cabeça enquanto que ela deixava meu rosto.

— Eu me colocaria no lugar dele, se pudesse — falei. — Não quero que Tom vá embora. Eu preciso dele.

Eu ainda chorava, mas mantive meus olhos abertos. Vi meus pais se entreolharem, surpresos com o que eu dissera. Também me dei conta do que significava.

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora