⊱⋅ Capítulo Vinte e Um ⋅⊰

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Taíse,

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Taíse,

Sinto-me como um vulcão prestes a entrar em erupção e inundar uma ilha inteira com sua lava. E tenho medo que ela cause os mesmos estragos que uma real. Ou melhor, que você esteja na ilha.

Te conheci há alguns meses — cinco meses, para ser mais preciso.

Era dia 10 de outubro, domingo pela manhã, culto de Escola Bíblia Dominical. Carolaine e Luiz já estavam na igreja quando cheguei, e estranharam meu atraso. Tive um pequeno problema antes de vir, mas não preciso falar disso agora.

Estávamos acertando os últimos ajustes dos instrumentos enquanto o pastor Cristóvão orava pelo começo do culto. Então, você entrou. Foi como se eu estivesse em uma cena de filme romântico clichê, e nem sequer gosto desse tipo de filme — mas gosto dos romances de época, não se preocupe.

Tudo ao meu redor parou. Literalmente.

Você usava um vestido cor azul vibrante de estampa floral, que já chamava atenção por si só. Seus cabelos estavam no mesmo corte de agora, não lembro o nome que me falou outro dia. Mas é mais curto no lado esquerdo, alcançando um pouco abaixo da orelha, e do lado direito, até o queixo. Cabelos negros e lisos, que balançavam enquanto você andava com seus tênis All Star brancos de cano baixo. Lembro-me de observá-la enquanto se sentava, e a mulher ao seu lado, sua mãe, que estava se ajoelhando para orar, lhe dizer alguma coisa. Você riu, e levou seu olhar para a frente. Foi aí que nossos olhos se encontraram.

Meu coração acelerou de um modo que eu não julgava ser possível, me dando uma leve tontura. Meu rosto esquentou e até lágrimas vieram aos meus olhos, isso tudo numa fração de segundos. Perdi todo o oxigênio que havia sobrado em meus pulmões quando você sorriu para mim.

Desviei o olhar para Carolaine. Ela me olhou com os olhos arregalados.

— Thomas do céu, que cara é essa? — perguntou. Balancei a cabeça, e voltei-me ao meu teclado. Já deveria estar tocando o fundo musical. — Luiz, parece que ele vai explodir.

Luiz me encarou e levantou uma sobrancelha. Um tempo depois você me disse que eles tinham jeito de irmãos mais velhos, e sinceramente, pensando agora, faz sentido.

— Está tudo bem? — Ele me perguntou.

Assenti.

O culto transcorreu normalmente, com o barulho agradável de chuva ao redor. Como a área do grupo de louvor fica de frente para a igreja, foi inevitável olhar para você novamente, e você percebeu. Num dado momento, o pastor Cristóvão os apresentou como “Geazi, Lidiane, Raquely, Taíse e Gael". Eu não entendi quem era quem, já que não havia como. Eu pensei que “Raquely” combinava com você.

Ao final do culto, você e sua família se dirigiram ao púlpito. Meu coração pulsava em meus ouvidos quando você parou diante do meu teclado.

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora