⊱⋅ Capítulo Trinta e Nove ⋅⊰

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⊱⋅  Ricardo  ⋅⊰

“Quando você está perdido e com o coração partido
Quando sua vergonha é uma ferida aberta
Ele está segurando você no seu ponto mais escuro
E Ele acredita em você
Aquele que tomou a cruz por você
Ele acredita em você”
(He's believe in you, Danny Gokey)

“Quando você está perdido e com o coração partidoQuando sua vergonha é uma ferida abertaEle está segurando você no seu ponto mais escuroE Ele acredita em vocêAquele que tomou a cruz por vocêEle acredita em você”(He's believe in you, Danny Gokey)

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Ricardo ficou completamente desnorteado.

As palavras de seu filho, através da voz de Taíse, ressoavam em sua mente sem parar.

Ele acredita em você, meu pai. E eu também. Eu te amo com todo o meu coração, e peço perdão mais uma vez, por não ter te honrado como deveria.

Ele não conseguiu conter as lágrimas. Nunca sentira tanta vontade de chorar e desabar como nos últimos dias, em que assistia ao filho definhar numa cama de hospital, sem poder fazer nada.

Taíse ergueu os seus olhos mel da carta. Ricardo não conseguiu desviar do olhar daquela garota, que de alguma forma conseguia lhe transmitir a veracidade das palavras do filho.

Ela parecia esperar uma resposta, no entanto, tudo o que ele conseguiu fazer foi pedir licença e levantar da cadeira azul de plástico e sair em disparada em direção à saída do estabelecimento.

Ao passar por Clério, o ignorou.

— Ricardo, onde vai? — perguntou o filho do seu patrão.

Ele devia explicações a Clério, porém não estava com um pingo de ânimo para fazer isso.

Continuou andando em direção à sua moto, enquanto segurava forte o capacete. Jogou-o para o lado num acesso de raiva, e subiu na moto, ligando-a em seguida. Clério o seguiu, gritando acima do barulho ensurdecedor do acelerador que ele acionava:

— Ricardo! Sabe que já faltou demais, não? Você tem trabalho a fazer — lembrou-o, parecendo irritado.

Ricardo balançou a cabeça, e simplesmente arrancou com a moto em direção a... onde?

Seus cabelos grisalhos e levemente ondulados balançavam de modo violento graças ao vento que a falta do capacete lhe permitia sentir. Seus olhos e bochechas ardiam por conta do contato do ar com as lágrimas.

Seus pensamentos fervilhavam.

Quando ouvira Thomas orar daquela maneira perante Deus, seu mundo pareceu desabar de vez. Se antes ele evitava beijar outras mulheres em sua frente, a partir daquele momento não se importou mais. Se antes ainda mantinha um pouco de consciência para que não bebesse a ponto de ficar jogado numa rua, passou a não ligar mais. Se antes ainda tentava manter a si mesmo de pé em consideração ao filho, se era que isso pudesse ser chamado de consideração, não mais.

Ricardo via em seu filho uma expressão de esperança. De carinho. Amor. O único lugar de onde ele recebia amor, na verdade. E então tudo isso caiu perante seus olhos.

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora