⊱⋅ Capítulo Quarenta e Cinco ⋅⊰

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“Estou cuidando de tudo
Espere mais um pouco
Estou cuidando de tudo
Sorria para mim
Sou o teu Deus, nunca te deixei”
(Estou Cuidando de Tudo, Mateus Pereira)

Tive a certeza de que fora o Senhor quem falou comigo através de Raquely porque após orarmos e eu entender que não adiantava ficar pensando nos problemas dos pais de Tom, e também que não era trabalho meu mudar alguma coisa entre eles, tudo ficou ...

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Tive a certeza de que fora o Senhor quem falou comigo através de Raquely porque após orarmos e eu entender que não adiantava ficar pensando nos problemas dos pais de Tom, e também que não era trabalho meu mudar alguma coisa entre eles, tudo ficou mais leve e alegre. Carregar um peso que não era meu massacrava minhas forças. E o Senhor me prometera um fardo leve e um jugo suave.

Estávamos no primeiro ateliê da lista, um local bem iluminado, com piso de madeira clara e vestidos para todo lado. A área em que estávamos era extremamente clara, já que as paredes eram recobertas por vestidos de noiva de todos os tipos.

Um grande espelho que cobria toda a parede ao fundo era onde Raquely estava, encarando o próprio reflexo. Minha mãe e Sylvie, que havíamos buscado, a ajudavam, analisando cada ângulo possível dos vestidos.

A dona do ateliê se mantinha um pouco atrás delas, esperando que a chamassem. Gael e eu estávamos sentados no estofado cinza do centro da sala, observando e dando nossas opiniões.

— Esse aqui é muito apertado, eu não consigo respirar. — Raquely disse.

— É claro, você parece embalada para presente. — Sylvie falou, com sua voz aguda. — Presente para o James. Que macabro. — Ela balançou a cabeça.

Raquely encarou a amiga, franzindo as sobrancelhas e apertando os lábios numa tentativa de não rir. Acabamos rindo.

— É um pouco escandaloso também, várias pedrarias e rendas misturadas — disse minha mãe, ainda concentrada na tarefa de analisar o vestido.

— Eu também não gostei. — Gael contribuiu, fazendo minha irmã se virar para ele.

— Do que não gostou? — Ela colocou as mãos na cintura.

O branco do vestido fazia com que ela parecesse ainda mais morena.

— Muito estranho. — Meu irmão respondeu.

— Você consegue andar? — perguntei, me sentindo sufocada só de olhar.

Raquely riu.

— Que bom que vocês são sinceros. Qual é o próximo, Nelie? — perguntou à dona do ateliê.

— Gostaria de ombro a ombro? — perguntou Nelie, gesticulando com as mãos pelos ombros. Ela tinha os cabelos loiros presos num coque, e usava um vestido preto simples.

— Não, não fica legal em mim — respondeu Raquely.

— Por que não fica legal em você, Quely? — Sylvie perguntou, com as mãos na cintura.

Ela era loira e bem alta, e a única que chamava minha irmã por apelido. Nós achávamos que não combinava, mas Sylvie, sim.

— Minha mandíbula vai ficar em evidência, sou muito magra. — Raquely apontou para si mesma. — E alguém por favor abra o zíper desse vestido! — pediu, dramática.

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora