“Estou cuidando de tudo
Espere mais um pouco
Estou cuidando de tudo
Sorria para mim
Sou o teu Deus, nunca te deixei”
(Estou Cuidando de Tudo, Mateus Pereira)Tive a certeza de que fora o Senhor quem falou comigo através de Raquely porque após orarmos e eu entender que não adiantava ficar pensando nos problemas dos pais de Tom, e também que não era trabalho meu mudar alguma coisa entre eles, tudo ficou mais leve e alegre. Carregar um peso que não era meu massacrava minhas forças. E o Senhor me prometera um fardo leve e um jugo suave.
Estávamos no primeiro ateliê da lista, um local bem iluminado, com piso de madeira clara e vestidos para todo lado. A área em que estávamos era extremamente clara, já que as paredes eram recobertas por vestidos de noiva de todos os tipos.
Um grande espelho que cobria toda a parede ao fundo era onde Raquely estava, encarando o próprio reflexo. Minha mãe e Sylvie, que havíamos buscado, a ajudavam, analisando cada ângulo possível dos vestidos.
A dona do ateliê se mantinha um pouco atrás delas, esperando que a chamassem. Gael e eu estávamos sentados no estofado cinza do centro da sala, observando e dando nossas opiniões.
— Esse aqui é muito apertado, eu não consigo respirar. — Raquely disse.
— É claro, você parece embalada para presente. — Sylvie falou, com sua voz aguda. — Presente para o James. Que macabro. — Ela balançou a cabeça.
Raquely encarou a amiga, franzindo as sobrancelhas e apertando os lábios numa tentativa de não rir. Acabamos rindo.
— É um pouco escandaloso também, várias pedrarias e rendas misturadas — disse minha mãe, ainda concentrada na tarefa de analisar o vestido.
— Eu também não gostei. — Gael contribuiu, fazendo minha irmã se virar para ele.
— Do que não gostou? — Ela colocou as mãos na cintura.
O branco do vestido fazia com que ela parecesse ainda mais morena.
— Muito estranho. — Meu irmão respondeu.
— Você consegue andar? — perguntei, me sentindo sufocada só de olhar.
Raquely riu.
— Que bom que vocês são sinceros. Qual é o próximo, Nelie? — perguntou à dona do ateliê.
— Gostaria de ombro a ombro? — perguntou Nelie, gesticulando com as mãos pelos ombros. Ela tinha os cabelos loiros presos num coque, e usava um vestido preto simples.
— Não, não fica legal em mim — respondeu Raquely.
— Por que não fica legal em você, Quely? — Sylvie perguntou, com as mãos na cintura.
Ela era loira e bem alta, e a única que chamava minha irmã por apelido. Nós achávamos que não combinava, mas Sylvie, sim.
— Minha mandíbula vai ficar em evidência, sou muito magra. — Raquely apontou para si mesma. — E alguém por favor abra o zíper desse vestido! — pediu, dramática.
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O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"
Romantik"Eu acredito que as promessas que Ele faz, Ele cumpre. Acredito que, mesmo que o Senhor me permita sofrer ainda mais, mesmo se esmagar e quebrar o meu coração, ainda assim estará lá para juntar os meus pedaços. Ainda que demore, acredito que um dia...