"Eu acredito que as promessas que Ele faz, Ele cumpre. Acredito que, mesmo que o Senhor me permita sofrer ainda mais, mesmo se esmagar e quebrar o meu coração, ainda assim estará lá para juntar os meus pedaços. Ainda que demore, acredito que um dia...
"Como posso suportar Se a dor que há em meu peito, não vai embora Se a vida não tem jeito e agora Só me resta chorar, e a Ti eu continuo a clamar" (Meu Socorro, Jonatas Fonseca)
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ouvir Raquely discorrer sobre o casamento e saber que seria padrinho dele com Taíse, fez destravar uma porta da minha mente que eu tentava manter fechada durante a maior parte do tempo.
Imaginar-me entrando numa igreja, de braço dado com Taíse, ela usando um vestido lilás e eu de roupa social e suspensórios, inflamou em meu peito o desejo de revelar à ela os meus sentimentos.
Eu não sabia o que faria se revelasse. Era um risco, afinal, não era recíproco.
Eu saberia se fosse correspondido. Taíse nunca fora boa em esconder os próprios sentimentos. Era fácil discernir quando estava triste, alegre ou irritada. Para além disso, eu já a havia presenciado apaixonada.
Dois anos atrás, quando o irmão Samuel chegara à igreja, logo se interessou por Taíse, e ela correspondeu.
Fora doloroso ouvi-la conversando com Carolaine e Luiz numa certa tarde em sua casa, sobre como ele a havia convidado para irem ao cinema. Fiquei o tempo todo passeando os olhos pelos três, sem ter o que comentar. Nossos amigos perceberam meu incômodo, mas não tinham como falar alguma coisa.
Em dado momento, me afastei simplesmente para respirar fundo.
O medo dela realmente firmar um interesse por Samuel fora tão grande, que eu mal suportava pensar na possibilidade.
Mas, para a alegria do meu egoísmo, o interesse que ela tinha por ele fora embora após irem ao cinema. Taíse não gostou muito da personalidade dele — o que não compreendi, já que ele era alegre como ela —, e então cortou qualquer contato.
Eu não deveria ter me surpreendido com o fato de aparecer alguém interessado em Taíse. Ela sempre chamava a atenção, aonde quer que estivesse.
Sua beleza singular atraía os olhares mais improváveis. Seu sorriso, capaz de iluminar qualquer ambiente sombrio, fazia as pessoas sentirem vontade de sorrir de volta. Seus olhos mel atraíam elogios constantemente, assim como a sua voz, quando ela cantava.
Alguém poderia discordar de que ela tinha essa beleza. Mas, para mim, era a garota mais bonita que eu já havia visto, e que eu ainda poderia ver.
No entanto, mesmo que sua beleza em nada a diferenciasse, sua alegria, seu carinho e a genuína preocupação que demonstrava pelo bem estar dos outros provocava admiração em qualquer pessoa.
De um jeito ou de outro, Taíse sempre se tornava o alvo das atenções. Era o alvo das minhas, desde que a conhecera.
Mas eu não queria me declarar naquele momento. Não queria envolvê-la no caos particular que era a minha casa. Queria que aquela crise passasse, que meu pai fosse alcançado pelo Senhor e que tudo se resolvesse.
