⊱⋅ Capítulo Cinquenta e Oito ⋅⊰

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⊱⋅ Thomas ⋅⊰

“Se Deus disser não, eu aceito
Se Deus disser sim, pra mim estar perfeito
Se Deus não responder, eu vou entender
Que mesmo em silêncio jamais me deixou só”
(Se Deus Disser, Anderson Rangel)

“Se Deus disser não, eu aceitoSe Deus disser sim, pra mim estar perfeitoSe Deus não responder, eu vou entenderQue mesmo em silêncio jamais me deixou só”(Se Deus Disser, Anderson Rangel)

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22 de setembro de 2020. Terça-feira.

Eu estava preocupado.

Taíse nunca fora de esconder seus sentimentos de mim. Se eu fizesse algo que lhe incomodasse, ela me chamava depois e o dizia. Se estava triste, me confiava as causas. Se irritada, também.

Por isso, quando percebi que havia algo errado e esperei que me esclarecesse, mas em vez de fazer isso, ela passou a me evitar, fiquei preocupado.

No domingo, quando ela viera com Carolaine e Luiz para me visitar, não falou nada além do necessário em todo aquele período de tempo. Acabei não lhe perguntando o motivo, já que não queria fazer nossos amigos pensarem que eu não estava feliz em vê-los. Eu estava, mas não conseguia ignorar o aparente desconforto de Taíse. Ela também se negara a ficar mais no quarto depois de Carolaine e Luiz irem embora para que o pastor Cristóvão pudesse entrar.

Na segunda-feira, após a sua aula, Taíse veio me ver novamente. Ela me perguntou o que acontecera entre mim e meu pai no dia do acidente, e eu não consegui explicar. Ela foi embora logo depois.

Eu sabia que ela não gostava quando eu escondia as coisas. Mas se esse fosse o motivo, ela não me evitaria, apenas ficaria brava.

Sabia também que ela havia lido minhas cartas. Por isso, um medo de que os meus sentimentos tivessem influenciado sua mudança de comportamento me tomou.

Eu me arrependeria para o resto da vida se Taíse mudasse comigo. Me arrependeria e desejaria ter queimado cada carta, e ter escondido melhor minha admiração.

Eu precisava conversar com ela. Mas ela não permitia.

— Que cara é essa? — Olhei para a porta do quarto e encontrei George me olhando. Ele tinha uma bandana verde amarrada à testa.

— Oi, George — cumprimentei.

— E aí, garoto? — perguntou. — Aconteceu alguma coisa?

— Só... estou pensando.

— Então está bem — respondeu. — Não está se sentindo meio solitário? — Ele olhou em volta.

Meu pai estava trabalhando num emprego temporário que conseguira. Minha mãe relutou em ir para o São Tadeu, uma casa de repouso onde trabalhava meio período, mas eu insisti para que fosse.

Meus pais praticamente não saíram de perto de mim desde que eu acordara. Eu estava bem; eles precisavam voltar às próprias vidas.

— Não — respondi, e apontei para a Bíblia no meu colo. — Estou lendo também.

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora