⊱⋅ Capítulo Sete ⋅⊰

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“Você não entende
O meu trabalhar
Você só conhece o agora
Não sabe a história que eu quero contar”
(O Escritor, Pastor Lucas)

“Você não entendeO meu trabalharVocê só conhece o agoraNão sabe a história que eu quero contar”(O Escritor, Pastor Lucas)

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11 de abril de 2020. Sábado.

Eram por volta das três horas e meia da tarde.

Eu estava me arrumando para o ensaio do grupo de louvor. Meu pai estava sentado no sofá, assistindo a um jogo qualquer que era transmitido pela televisão.

— Thomas. — Ele chamou, e eu fui até a sala. — O seu avô irá vir aqui às seis e meia. Não demore lá na... — Ele parou para pensar, colocando uma mão sobre a testa.

Quando estava com dor de cabeça, meu pai parecia não “funcionar” direito. Resultado de ter bebido até desmaiar no dia anterior.

— Igreja — falei.

— É, é, a igreja. — Ele balançou a mão, como se estivesse espantando algo.

Pensei em como seria aquela noite com meu avô, já que Luciane não estaria presente. Esperava que fosse boa.

Faltando dez minutos para às quatro, toquei a campainha da casa de Taíse. Eu a acompanhava na ida e na volta da igreja, já que não gostava de ir sozinha, e eu gostava de acompanhá-la.

Eu vestia um suéter azul claro de mangas longas e uma calça jeans também azul. Olhei para os meus pés, que estavam calçados em tênis branco de cadarços pretos. Pensei que Taíse não iria gostar deles.

Ela logo atendeu. Vestia uma calça amarelo mostarda, blusa preta com pedrinhas brancas decorando-a, e tênis brancos.

— Esse tênis não combinou, Tom. — Ela olhou para meus pés, inclinando a cabeça.

Eu sorri.

— Os cadarços desses tênis são brancos. Sumiram de alguma forma — expliquei.

— Ah. — Ela sorriu, ainda incomodada.

Gael saiu da casa em seguida, vestido numa blusa roxa de mangas curtas e uma bermuda jeans. Ele havia cortado os cabelos. Agora, estavam alcançando a linha do maxilar.

— Esqueci de avisar que ele vai junto. — Taíse falou, enquanto fechava o portão. — Minha mãe ainda não voltou do escritório, está numa reunião com um cliente, e meu pai está corrigindo provas no campus da faculdade.

Assenti, e começamos a andar. Gael passou à nossa frente, ora correndo, ora saltitando.

— Aliás, Tom, finalmente pintei o meu tênis. — Ela continuou, referindo-se ao fato de ter demorado semanas para fazê-lo.

— E então? — perguntei.

— Tenho que esperar 72 horas para poder fazer qualquer coisa — reclamou, cruzando os braços à frente do corpo. Taíse não gostava mesmo de esperar, fosse por qualquer coisa. — E depois tenho que lavar ele. O que não entendi. Por que tenho que lavar depois de pintar?

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora