"Eu acredito que as promessas que Ele faz, Ele cumpre. Acredito que, mesmo que o Senhor me permita sofrer ainda mais, mesmo se esmagar e quebrar o meu coração, ainda assim estará lá para juntar os meus pedaços. Ainda que demore, acredito que um dia...
"Posso falar honestamente? Eu ainda tenho algumas perguntas Continuo lutando por atenção, preciso de um pouco de alívio Não, eu não sou um Superman, esta é minha confissão Tenho aprendido minha lição, me ajude a entender" (Control, For King & Country)
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21 de maio de 2020. Quinta-feira.
Passei a noite ansiosa, conversando com o Senhor sobre meu melhor amigo. Haviam momentos em que eu expunha meu plano de buscá-lo no estúdio de fotografia do irmão Hilquias, e outros em que eu orava para ele ficasse bem.
Daquela vez, eu não estava possessa de raiva. Mas já fazia anos. Em outubro, Tom e eu completaríamos quatro anos de amizade, e ele continuava a me machucar pelo mesmo motivo. Precisávamos conversar sobre isso, de uma vez.
Eu nunca fora a pessoa que fugia de uma conversa. Se sabia que precisava acertar coisas com uma pessoa, por conta dos erros dela ou os meus, eu não fugia. Era melhor conversar logo do que ficar guardando mágoas. E me machucava pensar que eu poderia estar guardando mágoas de Tom. Ele era meu melhor amigo. Queria que estivéssemos bem.
Eu nem imaginava minha vida sem ele.
Fui para a escola normalmente. Quando voltei para casa, fiz o almoço e uma sobremesa - testei uma receita de bolo Nega Maluca que Gael havia indicado, simplesmente por estar desesperada para ter algo que fazer.
Quando deram três horas da tarde, decidi ir até o estúdio. Tom só saía às quatro, mas eu estava ansiosa, não conseguiria esperar mais.
Vesti um moletom cinza com estampa de poá preto, porque estava ventando - parecia querer chover -, e uma calça jeans preta. Estava pronta.
No entanto, antes de sair, senti um forte ímpeto de orar. Até pensei em deixar para depois, mas foi um sentimento mais forte que eu. E já sabia que quando sentia essa força dentro de mim, esse direcionamento, era muito mais do que a minha vontade. Era o Espírito Santo.
- Senhor, de novo sinto que estás me direcionando a orar por Tom, sem fazer ideia de como eu oro - iniciei. - Mas, nesse momento, eu estou indo me encontrar com ele no estúdio. Ele precisa conversar com alguém, Senhor, e sinceramente, já não aguento mais o modo como está me afastando da própria vida. Hoje ele não vai fugir. Mas...
Respirei fundo, sentindo o meu coração começar a acelerar, sem entender.
- Oro para que o Senhor cuide dele. Não suporto a ideia de que ele possa estar sofrendo sozinho. Tua palavra diz que é melhor estarem dois do que um, porque quando um cai, o outro estará lá para levantar. É esse outro que quero ser para ele, Senhor. E oro para que o ajude. Que cumpra Sua vontade na vida dele. Não o deixe se sentir sozinho nessa... batalha?
Parei para respirar, sentindo um certo medo envolver meu peito, como se meu coração estivesse desesperado para que a frase seguinte se mostrasse verdadeira.
