⊱⋅ Capítulo Trinta e Seis ⋅⊰

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“Porque eu sou apenas um ninguém
Tentando dizer a todos
Tudo sobre Alguém
Que salvou minha alma”
(Nobody, Casting Crows)

“Porque eu sou apenas um ninguémTentando dizer a todosTudo sobre AlguémQue salvou minha alma”(Nobody, Casting Crows)

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01 de julho de 2020. Quarta-feira.


Eu estava no São Marcos. Dona Solange havia acabado de chegar da casa de repouso, e Gregory de sair do quarto de Tom junto de seu Demas, onde estava seu Ricardo. Na sala de espera, seu Demétrius passou a conversar com o segundo filho enquanto tios Charles e Silas saíram para visitar meu melhor amigo também.

Gregory disse que não gostava muito do ambiente hospitalar, por isso me chamou para sairmos e andarmos pelo bairro. Por eu ter mencionado a praça que havia ali perto, decidimos ir até lá.

Por mais que no domingo eu tivesse estranhado um pouco o jeito do primo de Tom, passei a gostar dele. Como fui ao hospital na segunda e na terça — onde o encontrei —, havíamos conversado um pouco.

Ele me pareceu muito abatido depois de ver Tom, o que me deixou triste também.

— Ele está horrível com aquele cabelo — comentou. — As pessoas daqui não podem cortar, não?

Senti um pequeno ímpeto de defender meu melhor amigo, mas ao percebê-lo, fechei a boca.

— E cadê o óculos dele? — perguntou Greg.

— Se perdeu. Ele não precisa estando em coma.

— É impressão minha ou você foi grossa? — Ele me observou.

Cruzei os braços enquanto me sentava num banco da praça.

— Desculpe — pedi, sentindo meu rosto aquecer.

Eu fiquei irritada? O que está acontecendo comigo?

— Tranquilo. — Gregory se jogou no banco, sentando-se ao meu lado. O preto das roupas dele contrastavam com o laranja e as flores do meu vestido. — Sabe de uma coisa sobre o Thomas?

— O quê?

— Ele começou a gostar de jogar xadrez com uns... nove anos — comentou, e eu sorri. — Eu aprendi a jogar porque meu primo mais novo gostava. E sei até hoje — enfatizou, com o dedo indicador da mão direta levantado. — Isso é esquisito.

— Eu acho legal — falei.

Ele apertou os olhos para mim.

— O que ele faz na igreja, mesmo? — mudou de assunto.

— Toca teclado.

Gregory fez uma expressão como se tivesse se lembrado do que eu disse.

— Ah, é mesmo. Está vendo? Tudo o que o cara faz parece ser intelectual — falou.

O Escritor da História • Livro 01 | Duologia "O Escritor"Onde histórias criam vida. Descubra agora