"Eu acredito que as promessas que Ele faz, Ele cumpre. Acredito que, mesmo que o Senhor me permita sofrer ainda mais, mesmo se esmagar e quebrar o meu coração, ainda assim estará lá para juntar os meus pedaços. Ainda que demore, acredito que um dia...
“Pode parecer que eu não esteja bem Tentando caminhar onde eu consigo ver Pode parecer que tudo ande mal Mas vejo pela fé o que Deus preparou” (O Que Meu Deus Vai Fazer, Weslei Santos)
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10 de junho de 2020. Quarta-feira.
Os médicos notaram um inchaço no fígado de Tom; precisaram fazer uma cirurgia rápida para conter a hemorragia que estava ocorrendo. Quando eu soube que estava tudo bem novamente, avisei dona Solange que iria ao hospital apenas na semana seguinte.
Havia prometido aos meus pais que iria somente na quarta-feira, e assim fiz.
O Senhor não queria que eu parasse de cuidar da minha vida. No culto de domingo, a irmã Jully me transmitiu o desejo dEle quando perguntou se eu estava estudando.
— Ah, estou, irmã Jully. — Foi o que respondi. — Ainda estou tentando voltar ao... normal, se isso for possível.
— É possível, Tai. — Ela sorrira para mim, colocando os cabelos lisos para trás com as mãos. — Não pode parar com sua vida porque Thomas está passando por essa situação, está bem? Senti de lhe dizer que você não pode negligenciar as outras áreas da sua vida.
— Amém, irmã Jully — falei para ela.
Então, na segunda e na terça-feira, convenci Nat a continuar me ajudando com os estudos. Ainda não fazia ideia em que profissão iria me formar; o Senhor ainda não havia dado nenhuma pista, nenhum indício. Nada. Mas Ele havia pedido que eu continuasse a batalhar pela minha vida, e assim eu faria.
Na quarta-feira, com os estudos novamente em dia, fui de ônibus até o São Marcos após o horário do almoço. O céu estava limpo, sem nenhuma nuvem.
Desci no ponto de ônibus e andei até o hospital, encontrando seu Demétrius do lado de fora. Ao ver o sorriso que ele me lançou, decidi fazer uma brincadeira.
— O senhor não trabalha, não, é?
Ele riu.
— Esses ossos não servem mais para trabalhar. — Ele gesticulou com o braço. — Sou aposentado.
— Ah, sim. — Eu sorri, me sentando ao seu lado no banco branco. — Quantos anos o senhor tem?
— Tenho exatamente sete décadas de vida.
Arregalei os olhos.
— Setenta anos? — perguntei. — O senhor está bem inteiro para essa idade.
Ele riu novamente.
— Acha que Esmeralda ainda me amaria?
— Acho. — Assenti, e ele ficou em silêncio, ainda sorrindo. — Quanto tempo faz que ela faleceu?
