Casamento

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Virgínia

-Bem aqui.- Summer me posiciona e eu respiro fundo.- Você está bem, precisa de algo?

-Não.- balanço a cabeça.- Estou bem, só nervosa.

-Você está incrível.- Summer ajeita uma mecha do meu cabelo.- Não se preocupe com nada, esse é meu trabalho.

-Ok.- vejo ela posicionar minhas irmãs com Marco e Eduardo, os padrinhos de Nico.- Ele está lá já?- tento ver quando a porta abre.

-Sim, está paradinho no lugar dele.- Summer faz sinal para eles entrarem.

-Respire, querida.- meu pai chega ao meu lado e nos encaramos.- Se preocupar só vai trazer mais rugas.

-Podemos ir logo?- pergunto para Summer e ela percebe.

-Certo.- ela arruma meu véu e meu pai se afasta.- Xavier, volta, você tem que entrar com ela...

-Eu não vou entrar com ela.- ele sorri e olho para o lado, um novo tipo de calafrio toma minha espinha.- Ele vai.

Olho para Mauro ajeitando a gravata e vindo até o meu lado, começo a sair da posição dando passos para trás. Ele sorri para mim e segura meu braço me mantendo no lugar enquanto se aproxima mais e mais.

-Não foi esse o combinado.- Summer fala com raiva.

-Mas agora é.- meu pai fala calmo.- Mauro vai levar ela pela nave.

-Não, por favor...

-Virgínia.- Summer segura meu queixo e faz com que eu a encare.- Só são segundos, você vai estar com Nico quando menos perceber.

-Eu não quero...

-Respire fundo.- pede e obedeço.- De novo e de novo.

-Por favor.- sussurro e ela olha para Mauro.

-Xavier.- olha para ele.- Você devia entrar com ela.

-Eu não foi fazer isso.- ele sorri.- Ele vai, ele é quem deve entregar ela.

-Por favor.- olho para meu pai.

-Pare de ser dramática.- ele fala baixo e aponta para Mauro.- Segure logo o braço dele e entre.

-Eu não vou fazer...

Summer sufoca o feito quando ele dá um tapa na minha cara, tento fazer meu corpo parar de tremer e olho para meu pai de novo, então dou o braço para Mauro e ele se aproxima mais do que deveria de mim. Ficamos de frente para as portas e elas começam a abrir lentamente.

Tento controlar meu choro e Mauro aperta minha mão, ignoro a sensação de nojo que eu tenho quando começamos a entrar e foco no rosto de Nico. O sorriso dele vai se desfazendo lentamente quando vê quem está ao meu lado.

Marco o cutuca e ele parece lembrar de sorrir, então percebo que tenho que sorrir também, olho para Cecília e ela está abanando o rosto para não chorar, foco nisso. Uma lágrima escorre pela minha bochecha e vejo Nico apertar o punho quando vamos chegando.

-Você não passa de uma puta.- Mauro sussurra e paramos na frente do altar para Nico vir até nos.- Quando acha que ele enjoa de você? Amanhã? Em dois dias?

A Obrigação - 5° GeraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora