Tempo

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**7 meses depois**
Nico

Tento fazer o nó da gravata e fico distraído com Virgínia calçando o sapato. Ela apoia uma mão na parede e levanta o pé para tentar calçar, mas essa posição parece muito perigosa e não consigo ficar no nó da gravata.

-Quer ajuda?- pergunto.

-Não, eu estou quase lá.- ela se estica mais e observo a barriga já grande.

-Você pode cair.- começo a me aproximar.

-Eu estou indo bem.- ela murmura e bufa quando não consegue.

-Senta.- aponto para a cama.

-Isso é vergonhoso.- suspira enquanto me ajoelho e coloco o sapato de amarrar.- Achei que conseguia.

-Se passasse mais um tempo, você iria conseguir.- acaricio sua panturrilha e ela me encara.- É só que não temos tempo, estão todos lá embaixo.

-Talvez devessem inventar algo para mulheres grávidas poderem se vestir mais fácil.- ela fala enquanto amarro o outro.- E se algumas não tiverem marido ou pessoa ajudando?

-Deve ser horrível.- falo distraído.- Pronto.

-Obrigada.- ela tenta levantar e choraminga.

-Tudo bem.- rio a puxando.- Acaba em menos de dois meses.

-Acaba.- ela repete e a observo ajeita o vestido verde escuro.- Eu só queria ver logo o rostinho.

-A gente vai ver.- consigo fazer o nó quando ela arruma os cabelos e passa o perfume.- Só tem que esperar.

-Ainda não acredito que está com as pernas na frente.- ela fala irritada enquanto abro a porta do quarto.- Quer nos estressar logo antes de nascer.

-A médica disse que próximo ultrassom pode ser que consiga ver.- acaricio as costas dela.

-Ei.- ela segura minha mão antes de irmos até as escadas.- Eu sei que você gosta de ficar com Marco e Eduardo, mas você pode...

-Não vou deixar o seu lado por um segundo sequer.- digo e ela sorri aliviada.- Vai ter que ir no banheiro comigo, sabe?

-Não tão precipitado assim.- ela fala rindo.

-Olha...- seguro o rosto dela.- É só a família e uns amigos e negociadores, a festa acaba rápido e assistimos o filme dessa semana.

-Qual é o filme dessa semana?- adoro ver o sorriso nos lábios dela.

-Surpresa.- beijo os lábios dela.- Mas é comédia romântica.

-Você sabe que eu gosto mais de terror.- ela faz bico.

-Bem, eu fico sem dormir.- lembro e ela ri.- Gosta de me ver sofrer, né, esposa?

-Só um pouquinho, marido.- agora é ela que me beija.

Levo minha mão até sua nuca e Virgínia passa os braços pelos meus ombros, então minha língua entra em seus lábios e ela segura minha gravata para nos aproximar mais. Sorrio quando ela morde meu lábio e se afasta para começa a me puxar.

A Obrigação - 5° GeraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora