Emergência

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Nico

Chego no hospital carregando Virgínia e a coloco na maca que os médicos trazem, Amy segura meu braço enquanto eles a levam para uma sala de emergência. Então sinto a mão de Amy me puxar para uma cadeira e logo estão cuidando de mim.

-Ela vai ficar bem?- pergunto para Amy.- Acho melhor você...porra!

-Desculpa.- a enfermeira fala enquanto limpa o sangue do meu rosto.

-Amy, eu não vou ficar sentado aqui...

-Teimosos.- ela passa a mão pelo rosto.- Olha, eu não posso entrar na sala, não sou da família...

-Foda-se.- mexo a cabeça e me levanto.

-Nico, você tem que ficar aqui.- ela para na minha frente.- Sua cara da horrível.

-Eu vou ficar com ela.- passo por ela.

Entro na sala em que a levaram e fico completamente parado quando vejo que não tem mais ninguém aqui. Tem sangue no chão e muito lixo hospitalar, então agarro a blusa de um médico que está passando e ele parece nervoso.

-Onde estão?- aponto para a sala.

-Eu...eu...

-Onde ela está?- o encaro.

-Deixa eu ver...- ele começa a mexer no tablet.- Estão na emergência obstétrica.

-Emergência...- largo ele e o vejo se distanciar rápido.

Dou alguns passos para trás e encosto meu corpo na parede, passo a mão pelo rosto e faço uma careta quando sinto dor. Então pego o celular que roubei do médico e começo a descer o número da minha mãe que já sei decorado.

"-Alô?- ela responde.

-Mãe.- minha voz sai em um sussurro.

-Nico?- ela parece surpresa.- Está tudo bem?

-Mãe.- sinto lágrimas descendo pelo meu rosto.- Mãe, ela está grávida.

-Virgínia?- a voz dela parece alegre.- Ah, que bom, ainda bem que mandei fazer o quarto, precisamos comemorar e...

-Estamos no hospital.- fecho meus olhos.- Ela não está bem.

-Como assim?- a voz da minha mãe fica séria.- O que aconteceu com ela?

-Eu não sei.- minha voz falha.- Amy falou que ela estava mal, estava tonta e suando. Então ela desmaiou e estava sangrando...

-Ah, Nico.- ela suspira.- Estamos indo, espere a gente.

-Eu não sei onde estamos...

-Eu descubro.- ela fala rápido.- Você está bem?

-Não, eu...meu rosto dói.- digo.

-Procure um médico.- pede.- Não vai servir para nada machucado.

-Ok.- consigo levantar.- Eu vou achar um médico.

A Obrigação - 5° GeraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora