Capítulo 48

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A semana passou voando, era show atrás de show, ensaio fotográfico, entrevista e mais um monte de coisas que fizeram minha agenda lotar como nunca havia lotado antes.

Enquanto ao Gustav, bom, meus pais conversaram e acharam que um orfanato não seria bom para ele, então daqui algumas semanas eles vão começar com um processo de adoção do menino. Minha mãe não desgruda dele, é como se ele tivesse se tornado um filho pra ela. Eu não me importo de ter um irmãozinho mais novo, achei até legal a ideia deles de adotar o Gus.

— I'm a bad guy —

— Duh — Gustav grita cantando a parte da minha música que tocava na televisão e começa a pular.

— Vai minha pequena estrela do rock.

A uns dias atrás, Gus havia me dito que queria ser um cantor como eu. Ele já decorou boa parte das minhas músicas e Finneas e eu até ajudamos ele a compor uma música.

Hoje tenho um compromisso na casa do amigo da Hannah, finalmente depois de tanto trabalho eu vou ter uma noite de diversão.
Já faz um tempo que eu não vejo o Taylor e a galera toda, sinto falta da bagunça deles.

Agora são sete e meia da manhã e eu combinei com a Hannah de levar ela para o colégio.
Com todos esses dias de show eu infelizmente não tive como passar um tempo com ela.

Como eu já estava pronta só peguei a chave do meu carro e meu celular que estavam em cima da mesinha da sala.

— Gus eu vou ir levar a Hannah no colégio, quer ir comigo ?

— Quero — Ele responde animado.

Saímos de casa e eu tranquei a porta.

Abro a porta de trás do carro para o garoto entrar, fecho a porta novamente e vou para o banco do motorista.

Passamos a "viagem" toda cantando, berrando, para ser mais sincera.
Gus conhecia quase todos as músicas da minha playlist, principalmente rap, isso ele sabe até de trás para frente.

Quando paramos na frente da casa da Hannah Gus foi o primeiro a sair.
Ele adora a Hannah

Gus pulava e cantava na frente da casa da Hannah, e eu só sabia dar risada com toda a animação dele.

Assim que eu parei na frente da porta, pronta para mandar mensagem dizendo para a Hannah descer e abrir a porta, Gustav começou a tocar a campainha descontroladamente até que a porta se abre.

Meu sorriso foi de orelha a orelha quando vi a minha menina na porta, usando uma camiseta do AC DC e uma calça cargo que deixava ela muito gostosa.

Cara, essa mulher é muito perfeita.

— Eai meu pequeno. — Ela diz dando um abraço no Gus.

— E eu? Não ganho abraço da minha mulher?

— Não Bill, você não ganha abraço... — Ela diz com uma cara de séria.

Qual o problema dela comigo agora?

— Você ganha, um abraço, um beijo, um amasso, o que você quiser. — Ela completa a frase e vem até mim me abraçando por cima dos ombros.

— Me assusta mais não, gata, meu coração parou. — Seguro na cintura dela e dou um beijo em seus lábios vermelhos.

— Eca. — Gus interrompe nosso momento fofinho.

Olho para o garoto com uma sobrancelha erguida e não consegui conter a risada ao ver a feição de nojo estampada no rosto do pequeno.

— Ah cala a matraquinha gnomo, um dia vai ser você assim agarrado com uma gatinha.

— Eu não vou namorar, vou ser solteiro por toda a minha vida.

— Tá bom, se o Lil Gustav falou tá falado.

— Lil Gustav não, Lil Peep. — Ele me corrige

— Ok, Lil Peep, agora vamos entrar no carro porque a minha mucilon precisa estudar.

Gus corre na frente e entra no banco de trás do carro, já eu e Hannah fomos no banco da frente.

Gus e eu ensinamos toda a letra da minha que compomos para a Hannah, que inclusive decorou em segundos.

— Caramba, essa ficou muito boa. — Hannah elogia nossa música assim que paramos de cantar.

— Realmente, e foi o Gus que escreveu a maioria.

— Como vai chamar a música Gus?— ela pergunta e o garoto começa a pensar.

— Falling down. — ele diz com um sorriso.

— Achei bom, Gus tem futuro brilhante na carreira do rap. — Hannah diz e eu concordo com a cabeça.

Não duvido que o Gus consiga decolar na carreira musical, ele tem talento, e eu vou apoiar ele o tempo todo e fazer com que o meu "Lil Peep" realize o sonho dele.

Fomos o caminho todo ouvindo música, sempre revezando, as vezes eu escolhia a música, depois Gus, depois Hannah e por aí vai.

Quando finalmente chegamos na frente daquele imenso colégio Hannah pega a mochila no banco de trás, me da um beijo e saí.

Antes de sair combinamos que eu iria voltar para buscá-la e iríamos direto para a casa dela nos arrumar para irmos na casa do amigo dela.

Assim que Hannah desapareceu pelos portões do colégio eu arranco com meu dodge rapidamente, causando uma barulheira com os pneus.

Aproveitei meu tempo livre e fui no shopping com o Gus, compramos roupas, comemos pra caramba e assistimos filme no cinema do shopping.

Assim que o filme acabou nós saímos da sala e compramos Milk-shake. Aproveitamos para passar em uma loja de instrumentos musicais pois eu precisava comprar cordas novas para o meu violão.
Enquanto eu escolhia as cordas, Gus estava vidrado em uma guitarra que estava pendurada na parede
Me aproximei dele aos poucos e comecei a encarar a guitarra também.

— Gostou? — Perguntei com um sorriso de lado.

— Ela é linda... É igual a de quando fui em um show de rock com a mamãe, foi a última vez que eu vi que ela estava feliz de verdade.

Meu sorriso desmanchou na hora, ouvir uma frase dessas vindo de uma criança de cinco anos quebrou meu coração em mil pedaços.

Eu imagino que a vida do Gus não deve ter sido fácil nas mãos do Bryce, e agora que ele não está mais com a mãe dele, a única pessoa que dava o mínimo que amor e carinho para ele, é de doer o peito.

Respirei fundo e abri outro sorriso na expectativa de alegrar o menino novamente.

— Vamos levar ela? — Pergunto e Gus olha pra mim no mesmo instante com os outros arregalados.

— Tá brincando? — Ele diz quase berrando.

— Tô brincando não, vamos levar ela! — Tiro a guitarra da parede e levo para o balcão, junto com as cordas do meu violão.

— Muito obrigado Billie, você é a melhor irmã mais velha do mundo. — Gus diz com um sorriso enorme no rosto e me abraça.

"irmã mais velha"

Eu amei ser chamada disso, "irmã mais velha"
Nunca me imaginei tendo um irmão mais novo, mas sempre quis ter um.
Nós não somos irmãos de sangue, mas Gus e eu temos uma puta conexão, uma conexão que eu não tenho nem mesmo com o Finneas.
Não sei como pode, mas as vezes o Gus parece que nasceu do mesmo ventre que eu.
Dividimos o mesmo neurônio.
Incrível como essa criança aparece do nada na minha vida e consegue se tornar tão importante assim pra mim.
Eu quero ser a melhor irmã mais velha que ele poderia ter.

don't break my heartOnde histórias criam vida. Descubra agora