Move on

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Quando o carro foi estacionado na delegacia fui obrigada a usar algemas caso eu estivesse planejando fugir. Eles apertaram aquilo com força na minha mão e eu achei desnecessário tudo aquilo, eu não iria fugir de qualquer maneira mesmo. Passei pelos corredores e via presos jogados em qualquer lugar e algumas mulheres grávidas que provavelmente fizeram alguma coisa errada e acabaram aqui igual a mim. Eu ainda estava vestida com aquele vestido enorme e eu estava ficando agoniada. A maquiagem do meu rosto estava toda borrada e todo o trabalho que minha irmã fez foi por água abaixo.

Eu não posso imaginar o quão decepcionados minha família está nesse momento por toda a merda que eu fiz. Eu só consigo imaginar como ela está agora e se ela está passando bem, aquele momento na igreja foi os piores que eu já vivi na minha vida e saber que tinha uma vida nela me fez ficar pior ainda e a culpa de ser uma assassina em dobro. Eu achei que se a gente fosse transar uma vez sem camisinha não iria dar nada mas foi engano meu. Às vezes eu esqueço que eu tenho uma porra de um pau.

Me colocaram em uma sala cinza com uma janela de vidro enorme e eu fiquei muito tempo esperando alguém vir me interrogar. Eu sei que eles estavam me olhando através daquele espelho, só eu que não conseguia enxergar porque por dentro era escuro. Um homem alto entrou na sala e se sentou na minha frente. Julgando pelas suas roupas ele deve ser o delegado.

- Demorou mas encontramos você. Olha mocinha sua situação não está nada boa, eu não sei se seus pais são ricos ou não mas é bom eles contratar um bom advogado. - Ele falou ainda me olhando, ele estava penetrando minha alma tentando procurar algum resquício de medo, eu não estava com medo porque não fui eu que comecei tudo.

- Eu não vou falar nada até ele chegar então. Eu sei muito bem como funciona as coisas aqui, vocês tentam arrancar da gente uma coisa mínima e transforma ela em uma coisa gigantesca.

- Está enganada senhorita Lisa. Mas você está no direito de ficar calada se quiser eu não vou obrigar a nada.

Ele começou a folhear alguns papéis em cima da mesa e depois direcionou seu olhar para minha roupa de casamento. Eu estava morrendo de vergonha e ainda por cima eu queria chorar por não conseguir encarar ele. Eu derrubei tantas lágrimas enquanto estava vindo para cá que eu estou desidratada e com muito sono.

- Sinto muito por não conseguir casar a tempo, de verdade eu não estou tirando onda com a sua cara e eu realmente não queria que fosse um dia ruim para você. Mas às vezes fazemos escolhas ruins em momentos errados que acaba em resultados ruins...

A porta foi aberta com força revelando meus pais e um homem engravatado totalmente sério. Deve ser o advogado que meus pais contrataram para tentar amenizar a minha situação. Minha mãe falou alguma coisa no ouvido do meu pai e ele chamou o advogado para saírem e depois o delegado foi junto para dar mais privacidade para mim e para minha mãe. Eu conseguia ver a sua decepção no olhar, eu não iria encara-lá eu não vou conseguir encarar mais ninguém depois dessa.

- Olhe para mim Lisa - Olhei antes de levar um tapa na cara - Eu estou desapontada com você, Você não sabe o tanto que a Jennie sofreu depois que você saiu da igreja. Ela perdeu o bebê por culpa sua! Eu nunca imaginei que vocês duas fossem transar sem camisinha e resultar no que deu, sua irresponsável!

- Desculpa mãe, mais foi ele quem começou tudo eu só tentei me defender!

- Eu não quero que me fale nada você vai falar isso para o advogado. A cidade inteira está chamando de assassina e você tem noção o quanto isso é ruim para mim? o coração de uma mãe não aguenta isso Lisa! Ver as pessoas chamando a sua filha de assassina é uma tortura.

O Primeiro Amor  (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora