Um

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CLARY

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CLARY

Eles vão se casar. 

Eu mal consegui acreditar antes, e continuo não conseguindo acreditar agora, quatro dias após o anúncio do noivado. Não sei como eu consegui forçar um sorriso e disfarçar bem as minhas emoções diante da notícia, mas quando eu cheguei em casa, desabei, e entrei em estado vegetativo desde então. 

Toda essa situação é deplorável. O que eu esperava, afinal? Era apenas questão de tempo. Todo mundo sabe que Bennett é completamente apaixonado pela Sophia, e eu pensei que tinha aceitado esse fato, mas por que eu estava esperando algo mais? Todo esse tempo, por que eu continuo esperando por ele como se o mesmo fosse entrar por aquela porta a qualquer momento e declarar o seu amor por mim? 

Droga. 

Como se não bastasse ter que passar por tudo isso e engolir a minha frustração em seco, ainda serei obrigada a ser madrinha de casamento do cara que eu amo e preparar o bolo de casamento que ele vai dividir com outra mulher. Talvez eu pudesse colocar um pouco de veneno na fatia dela. Ninguém iria saber. 

Parabéns, Clary, você é uma pessoa horrível. 

O amor, às vezes, nos transforma na pior versão de nós mesmos. 

Desperto dos meus devaneios por um forte clarão. Sou obrigada a fazer uma sombra em frente aos olhos com a mão, os olhos sensíveis pela exposição à luz depois de tantos dias mergulhados na escuridão. 

Quando eu finalmente começo a reconhecer o que me cerca, percebo que o motivo de toda essa luminosidade foi que algum espertinho decidiu abrir as cortinas do meu quarto sem nem pedir permissão antes. Ao som de passos eu viro a cabeça, encontrando a pessoa em questão: Roxie. E sua cara não está nada boa. 

— O que você está fazendo? — solto um gemido. 

— O que você está fazendo? — devolve ela, com aquele tom de sermão que eu conheço bem. — Que história é essa de que você não aparece há quatro dias na confeitaria? 

Faço uma careta. 

— Quem te contou isso?

— Ninguém precisou me contar: eu fui até lá para ver como você estava e me informaram que você não dá às caras faz quatro dias. Que porra é essa, Clary? 

Eu caio deitada no travesseiro, bufando, e cubro a cabeça com o lençol. Meu momento de paz não dura mais que três segundos, porque sinto o lençol ser puxado por cima de mim com brutalidade. Olho feio para a minha melhor amiga, mas ela não se abala. 

— Para com isso! — exijo. 

— Para com isso você! Olha, eu entendo que você esteja triste… 

— Você não entende coisa nenhuma — retruco, amargurada. 

Roxie me lança um olhar duro, e depois solta um suspiro que indica cansaço. 

DEAN • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora