dezoito

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CLARY

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CLARY

— Meus pés estão me matando — comento quando atravessamos, eu e Dean, pela porta da frente do seu apartamento, apenas para tentar preencher o silêncio que reinou a maior parte do tempo durante toda a viagem. Viemos para cá porque era mais perto do local do casamento. 

— Não sei como vocês, mulheres, conseguem usar essa coisa — ele faz uma careta enquanto tira o paletó e eu, os sapatos. — É sexy, tenho que admitir, mas o desconforto não vale o esforço. 

— A beleza machuca. 

— Sorte a sua que você não precisa de nada para ser bonita — Dean me lança um olhar significativo. — Isso é completamente injusto. Tenho certeza que você ficaria atraente até usando um saco de batatas. 

Acho graça. 

— Tipo Marilyn Monroe — sugiro. 

— Exatamente como a Marilyn. Quer beber alguma coisa? — pergunta, indo para a cozinha. 

— Tem alguma coisa com álcool aí? — pergunto enquanto dou alguns passos distraídos pela sala de estar. 

— Apenas um vinho bem antigo. Posso servir um pouco pra você, se quiser, mas não me responsabilizo por uma possível má digestão. 

Dou risada. 

— Essa é a graça dos vinhos: eles ficam ainda melhores ao passar do tempo. 

— Bom, diga isso dos bons vinhos — retruca. — Comprei esse por uns dez dólares no supermercado. 

— Ok, a ideia da má digestão não parece tão absurda agora. 

Dean comenta alguma coisa da cozinha, mas não entendo muito bem o que ele disse em tom risonho, tudo porque a minha atenção foi totalmente atraída por um caderno de capa grossa em cima da estante de livros. Vou até lá e percebo que não tem nada escrito na capa, o que anula a possibilidade de ser um livro qualquer de romance ou qualquer outro gênero. Abro a capa e encontro algo escrito à mão logo na primeira página: 

Este caderno pertence a Dean Carrey. Apenas ele pode lê-lo. 

Isso é sério? A melhor forma de incentivar alguém a seguir adiante com alguma coisa é justamente um aviso de "proibido" na primeira página! Nenhuma pessoa, por mais honesta que seja, consegue resistir a isso. 

Juro que tento deixar isso para lá, mas a minha curiosidade está mais do que aguçada, e isso me faz seguir em frente. Passo a folha de aviso e encontro outra folha escrita à mão, mas essa é diferente: as palavras vão do topo até o fim da página, preenchendo todo o espaço com tinta negra e rabiscos que parecem uma espécie de alerta. Demoro apenas um segundo para perceber que isso não são anotações quaisquer, e sim letras de músicas… músicas autorais. 

Leio algumas das estrofes, e fico completamente encantada com a doçura e profundidade das letras. Parece algo realmente pessoal, feito com muito amor e dedicação, e isso só torna o meu carinho por Dean ainda maior — é como se, através dessas letras, eu pudesse entrar um pouco mais fundo na cabeça dele. 

DEAN • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora