Parece que a vida real não é como os romances dignos de best-seller, e Clary sabe bem disso. Depois de guardar um amor platônico pelo melhor amigo por anos, ela finalmente decide que chegou a hora de seguir em frente. Com o coração partido, ela está...
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CLARY
— A festa estava linda — elogia Roxie, com um sorriso satisfeito, do lado de fora da casa de Rosie, mãe do Dean.
— Estava mesmo — concordo. — Vocês acham que ele gostou mesmo? — pergunto, apreensiva, me referindo a Dean.
— Ei, relaxa — Archie segura o meu ombro como um sinal de conforto. — Faz muito tempo que eu não vejo o meu amigo tão contente. Sua ideia foi genial.
Toda tensão se esvai de mim com apenas um suspiro.
Ouço a porta atrás de mim abrir e fechar, mas não tenho a chance de virar para ver quem é quando Roxie pergunta:
— Quer carona? Podemos te deixar em casa no caminho — ela olha de soslaio para o namorado, como se pedisse a aprovação dele, e ele concorda com a cabeça.
— Podemos, sim — reforça Archie.
Antes que eu possa responder, sinto um braço forte, mas acolhedor, rodear os meus ombros e reconheço o cheiro de Dean antes mesmo de olhar para ele, parado bem ao meu lado com a lateral do seu corpo perfeitamente encaixada na minha. E mais uma vez, meu coração acelera — como tem acontecido com frequência essa noite.
Ele me dá um sorriso preguiçoso e depois se volta para o amigo, dizendo:
— Não se preocupem. Eu e a Clary vamos dividir um táxi.
Luto com todas as minhas forças para não estremecer nos braços dele ou demonstrar a onda de ansiedade que me percorre em forma de arrepio. Sei exatamente o que isso quer dizer.
Não sei de onde tirei toda aquela coragem para insinuar que queria dormir com ele — coisa que, admito, eu quero muito —, mas já não posso mais ignorar essa tensão que nos cerca toda vez que estamos no mesmo cômodo. É claro que eu sentia uma espécie de atração física por Dean desde o nosso primeiro contato naquele palco, mas depois do nosso primeiro beijo… não há uma noite que eu não consiga fantasiar com ele, com sua boca atrevida na minha… e em outras partes do meu corpo.
Ai, meu Deus, eu quero tanto transar com ele. É um sentimento perturbadoramente excitante, e isso me deixa com um pouco de medo — faz muito tempo que eu não faço sexo, e temo ter perdido o jeito. Não que eu já tenha sido uma expert na cama. Quando se trata de romance, a minha experiência é zero. Sinto-me como uma virgem desesperada, apesar de ter comparecido a esse departamento há muito tempo.
— Ah — não deixo de notar o tom malicioso de Roxie, e não tenho coragem de olhar diretamente para ela, apesar de sentir que meu rosto está ficando vermelho. — Bom, sendo assim… vamos embora, então.
