sete

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CLARY

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CLARY

— Quem era aquele cara? 

Pisco, finalmente voltando ao mundo real. Oliver está parado ao meu lado com uma cara fechada. Eu nem mesmo percebi que ele tinha voltado do banheiro. 

— Ahn? 

— Aquele cara — insiste. — Que estava aqui com você antes de eu chegar — parece aborrecido por ter que explicar. — Quem era? 

Franzo o cenho, um pouco confusa. Espera aí… ele está mesmo me cobrando explicações como se eu fosse propriedade dele? Fala sério! 

— Isso não é da sua conta — minha paciência está se esgotando. — Não lhe devo nenhuma explicação. 

Ele arregala os olhos, e finalmente o vejo engolir a sua arrogância. 

— Tem razão — murmura. — Eu estou sendo um idiota. 

— Está. — Concordo, sem remorso. 

Oliver suspira e volta a acomodar a banqueta ao meu lado. 

— Desculpe — diz ele. — Eu só… você é uma mulher muito bonita. É claro que os caras vão cair em cima. Eu não deveria ter lhe deixado sozinha. 

E agora ele está agindo, mais uma vez, como se fosse o meu dono. Sinto uma raiva borbulhante preencher as minhas veias, e chego à conclusão de que estou sendo tolerante demais. Não entendo como esse encontro se tornou em um verdadeiro desastre tão rapidamente. Oliver parecia mesmo ser um cara legal… mas as aparências enganam. 

Eu bebo um pouco de cerveja para evitar uma resposta grosseira. O meu acompanhante se inclina sobre o balcão para pedir mais gelo para o seu uísque, e aproveito a deixa para lançar um olhar na direção da mesa onde Dean está sentado. Ele parece bastante confortável esparramado na cadeira, mas seus olhos estão vidrados em mim, e parecem estar me perguntando alguma coisa, se está tudo bem… então eu volto a minha atenção para Oliver antes que ele interprete algum sinal errado e venha aqui arrumar confusão. Tudo o que menos quero é ter dois caras brigando por mim. 

— Lugar bacana — comenta Oliver, sem parecer sincero, observando o espaço ao nosso redor. Noto que os olhos dele se demoram na direção em que Dean está sentado. 

— É — respondo vagamente. 

Um silêncio pra lá de desconfortável nos engole. Finjo que estou interessada nas luzes estroboscópicas e em um casal dançando solitário na pista de dança, tudo para evitar olhar para Oliver. Escuto-o pedir mais três doses de uísque, enquanto estou na minha primeira cerveja. Também evito olhar para Dean, porque toda essa situação é mais do que humilhante. 

— Quer dançar? — convida Oliver, de repente. 

— Eu não… 

Mas não tenho tempo de opinar: ele apenas toma a cerveja da minha mão, agarra o meu braço e me arrasta para a pista de dança. Fico desconcertada. Ele parece alegrinho demais, e concluo que deve ser o efeito de uma bebida tão forte quanto uísque. E também começa a ficar bastante atrevido, apertando minha cintura e acariciando o meu braço. 

DEAN • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora