Parece que a vida real não é como os romances dignos de best-seller, e Clary sabe bem disso. Depois de guardar um amor platônico pelo melhor amigo por anos, ela finalmente decide que chegou a hora de seguir em frente. Com o coração partido, ela está...
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CLARY
Depois de uma agradável caminhada, acabamos nos deparando com o Kensington Gardens. Está fazendo um clima agradável, apesar de estar um pouco frio, mas pelo menos eu não esqueci o casaco em casa, o que costuma ser bem frequente. Dean parece à vontade também, e ele é tão bonito que chama a atenção a quilômetros de distância. Eu não sei se ele percebe o efeito que causa, e se percebe, não dá a mínima. A concentração dele está voltada toda para mim, como se eu fosse a única que importasse no momento.
— Então… — começa ele — me fale sobre você.
— O que você quer saber?
— Pode ser qualquer coisa.
Dou de ombros.
— Você pode se decepcionar ao descobrir que não sou uma pessoa nada interessante.
— Impossível — retruca.
— Como pode ter tanta certeza? — olho para ele, intrigada. — Você mal me conhece.
— Conheço o suficiente para ter uma boa impressão.
Rio.
— Boa impressão, é? Então é preciso apenas ignorar o seu show para ganhar o seu afeto? — eu provoco.
Dean acha graça.
— Não faço o tipo rancoroso.
— Bom saber. — Faço uma pausa e depois suspiro. — Sobre isso… eu sinto muito. Foi muito mal educado da minha parte ignorar o seu show. E também fui meio grossa e antipática depois disso. Eu não estava em um bom dia.
— É, você não parecia mesmo estar no clima. Por que estava lá?
Engulo em seco.
— É complicado…
— Bom, então descomplique.
Reluto. Quer dizer… esse cara é um completo estranho, e mesmo que eu tenha concordado em sermos amigos não faz muito tempo, não posso sair contando para ele todas as minhas frustrações.
E ignorando completamente os meus princípios, me vejo confessando:
— Roxie achou que seria o lugar ideal para eu conhecer gente nova… e para tentar esquecer alguém.
Uma expressão de compaixão surge em seu rosto.
— Ex-namorado? — sugere.
Solto uma risada amargurada.
— Quem dera fosse isso. Está mais para um caso de amor não correspondido. Como eu disse, é complicado. — Solto um suspiro.
Ele balança a cabeça, como se compreendesse o meu desconforto e me dá espaço para respirar um pouco.
