trinta e três

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CLARY

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CLARY

Bato na porta antes de entrar. Não sei porque faço isso — acho que apenas quero deixar um aviso prévio de que estou chegando. Mas Dean não parece nada surpreso quando me vê passar pela porta; ele até sorri um pouco. Essa é a deixa que eu precisava para me aproximar, mesmo que cautelosamente. 

— Oi — não tenho coisa melhor para dizer. 

— Ei — ele sorri um pouco mais, mas parece aquele tipo de sorriso ensaiado. 

— O que está fazendo aí? — pergunto para puxar assunto. 

— Estava dando os últimos retoques na pintura — ele limpa as mãos em um pano. — Mas já terminei. 

Balanço a cabeça. 

O escritório não é tão grande. Na verdade, ele é bem apertado, com espaço apenas para uma mesa e uma estante, e talvez alguma decoração, e com o silêncio que se instala, parece duas vezes menor e sufocante. 

Isso é tão desconfortável. Eu gostaria de voltar para aquele tempo em que conversar um com o outro era tão natural quanto respirar. Quando eu via resquícios de felicidade nos olhos dele e um sorriso alegre preenchendo toda a sua boca. Parece que isso foi há séculos. Estragamos tudo, e agora não consigo achar um meio de consertar isso. 

— Todos já foram embora? — Dean finalmente quebra o gelo. 

— Sim — concordo. — Bennett foi o último a sair. 

Os olhos dele ganham um pouco de intensidade. 

— Isso quer dizer que estamos sozinhos aqui? — pergunta, com a voz rouca. 

Estremeço. 

A ideia de estarmos sozinhos me deixa um pouco nervosa, porque somos incontroláveis quando estamos na companhia um do outro. As coisas podem estar complicadas agora, mas não dá para negar a tensão que produzimos sempre que estamos juntos. 

— Sim — afirmo, e minha voz vacila um pouco. 

Vejo a sombra de um sorriso brincar no canto da sua boca. 

— Bom. 

Bom? O que isso quer dizer? 

— É. — Não sei com o que estou concordando. — Bom. 

Silêncio de novo. 

— Você está bem? — Seus olhos se tornam um pouco mais duros, preocupados. 

Dou de ombros, tentando soar irrelevante. 

— Estou. — Hesito. — E você? 

O sorriso que ele me dá parece o cúmulo da melancolia. 

— Poderia estar melhor. 

— Suponho que isso seja culpa sua. 

Ele não tenta negar. 

DEAN • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora