dezesseis

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CLARY

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CLARY

A chuva só piora. A energia já oscilou três vezes desde o início da tempestade, e tenho medo de que um apagão possa acontecer e nos deixar na mão justamente quando o gerador está com defeito — o que não surpreende: aquela velharia vive quebrando há anos, e ninguém faz nada a respeito até que seja extremamente necessário. 

— Eu encontrei essas roupas masculinas no armário — volto para a sala com uma calça de moletom e uma camisa dobrada nos braços. — São do Bennett, mas acho que deve servir em você. 

Dean pega as roupas das minhas mãos enquanto pergunta: 

— Tem certeza que ele não vai se importar? 

Dou de ombros. 

— Estão esquecidas aqui há muito tempo. Ele dormia aqui de vez em quando, mas isso não acontece mais, então… — dou de ombros mais uma vez, e antes que esse assunto comece a pesar entre a gente, eu digo: — O banheiro com chuveiro fica no meu quarto, então é só você seguir o corredor e entrar na última porta à direita. Vou acender a lareira enquanto você toma um banho. 

Ele vai até o meu quarto e eu vou cuidar da lareira. Faz muito tempo que não uso esse troço, mas hoje parece uma noite adequada. Tenho dificuldade para colocar fogo na lenha; está aqui há muito tempo, e provavelmente não está no seu perfeito estado de uso, mas quando consigo, uma onda de calor se espalha pela sala e faz o meu corpo relaxar. 

Pego algumas velas na cozinha e começo a espalhar pela sala quando a energia cai mais uma vez — é melhor prevenir do que remediar. Por fim, levo a garrafa de vinho ainda lacrada que Dean trouxe para o jantar para próximo da lareira junto com duas taças. Sei que ele não é muito fã de bebida alcoólica, mas acho que um golinho não vai fazer mal a ninguém. 

Eu me sento ali, assistindo as pequenas chamas refletirem em meu rosto, e uso o tempo sozinha para pensar um pouco a respeito da presença de Dean aqui a noite toda. Já fizemos isso antes, é verdade, mas da outra vez eu não estava nada sóbria, então eu não precisava me preocupar com a possibilidade do clima ficar meio estranho. 

O cara é bonito, atraente, tão desejável… tenho medo de fazer alguma coisa impulsiva por estar há tempo demais em celibato, carente do toque humano, e acabar o afastando para sempre. Eu poderia dar ouvidos à Roxie e apenas tentar me divertir um pouco, se é que me entende, mas não acho que um homem e uma mulher possam ser amigos depois do sexo. Se eu sucumbir a esse desejo — e ele também —, não vou conseguir olhar para ele sem pensar em tirar a sua roupa, e isso vai se tornar tão perturbador até não conseguirmos mais suportar a tensão de estarmos no mesmo cômodo, e o constrangimento irá criar uma cratera enorme entre a gente. E não quero perder Dean. Ele é um ótimo amigo, e quero mantê-lo sempre por perto. 

Ouço passos se aproximando, e olho para Dean no momento em que ele está saindo do corredor, passando a mão pelo cabelo úmido. A parte de baixo serviu perfeitamente, mas a camisa ficou um pouco justa, o que deixa o seu peito e braços perfeitamente desenhados… e minha baba escorrendo. 

DEAN • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora