Parece que a vida real não é como os romances dignos de best-seller, e Clary sabe bem disso. Depois de guardar um amor platônico pelo melhor amigo por anos, ela finalmente decide que chegou a hora de seguir em frente. Com o coração partido, ela está...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
CLARY
Eu tenho um encontro!
Ok, eu já tive alguns encontro antes — e muito recentemente —, mas agora é diferente. É a primeira vez que estou saindo com um cara que, de fato, eu gosto muito — e que eu tenho certeza que não é um babaca completo. Acho que "gostar" é um termo muito simplório, a julgar que me sinto extremamente enlouquecida por Dean Carrey.
Eu não sei o motivo de estar tão nervosa, afinal, é o Dean, o cara com quem eu já estive tantas e tantas vezes. Mas algo mudou entre a gente nas últimas semanas, e estou super animada ao mesmo tempo que me sinto amedrontada pelo que está por vir.
Não planejei nada disso. É engraçado olhar para trás agora e perceber que sou a mesma mulher que jurou de mãos juntas nunca se envolver com um cara feito Dean. Eu o julguei mal no início, mas à medida que fomos nos conhecendo, ele foi me conquistando aos poucos, derrubando as barreiras que criei ao redor do meu coração depois de tantos anos alimentando um amor não correspondido. Mas acima de tudo, Dean fez algo que eu achei que era impossível: ele me fez enxergar que meus sentimentos por Bennett não eram insubstituíveis, e que eu merecia encontrar alguém que me amasse com tudo de si.
Não estou dizendo que esse cara é Dean, mas confesso que não seria nada difícil imaginar um futuro ao lado dele. É muito cedo para falar de amor, mas o meu carinho por ele só cresce a cada dia, e eu não ficaria surpresa se, de repente, ao acordar, eu percebesse que ele acabou preenchendo cada espaço do meu coração.
Pensar muito nisso me deixa ansiosa, então decido deixar as coisas seguirem o seu curso naturalmente.
Hoje a noite precisa ser perfeita, e mesmo que tenhamos decidido ficar em casa em vez de ir a um restaurante, não significa que não pode haver um pouco de capricho nos preparativos. Eu fiz faxina no pequeno apartamento no meio da semana, removi toda a poeira dos móveis, e hoje aproveitei para acender algumas velas aromáticas que, além de deixar os cômodos com cheiro de rosas, espalha uma discreta luz avermelhada pelos cômodos. Não quero fazer do momento algo grandioso demais, afinal, estamos indo com calma, dando um passo de cada vez, então acho que isso basta por enquanto.
Mas, por outro lado, resolvi caprichar no visual. Eu não sou o tipo de mulher que sabe seduzir um homem e tal, e acho que eu ficaria muito constrangida se tentasse, mas tenho alguns vestidos esquecidos no closet que talvez funcione nesse tipo de ocasião.
O escolhido da noite é bem simples, se me permite ser sincera: o vestido é preto, de comprimento que vai até o meio das minhas coxas, e suas alças são revestidas em correntes douradas e finas. Para acrescentar ao visual, eu fiz uma maquiagem bem básica no rosto, do tipo que deixa minhas sardas à mostra, mas caprichei no batom cor de cereja — Dean parece gostar bastante dele. Não estou usando por causa dele, claro, até porque, tenho que usar o que me faz bem, mas apenas uni o útil ao agradável. Tentei fazer algo criativo no cabelo, mas depois da quarta tentativa de domar os meus cachos grossos, apenas aceitei que meu cabelo tem vontade própria e o deixei solto.
