três

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CLARY

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CLARY

Não posso mais continuar ignorando o meu trabalho. Já passei quatro dias longe, e eu preciso reconhecer que estou sendo infantil ao interromper a minha vida abruptamente por um cara que sequer sabe que estou sofrendo por ele. 

Eu me levanto da cama depois de um esforço físico e mental sobrenatural e vou tropeçando até o banheiro. Jesus Cristo! Meu cabelo está… acho que a única solução é raspar, porque vai ser fisicamente impossível desatar os nós que meus cachos formaram. Eu sempre me arrependo depois de dormir com o cabelo solto. 

Começo a desembaraçar mecha por mecha quando meu celular apita com uma mensagem. Olho para a tela sem muito interesse, mas o simples vislumbre daquele nome faz meu coração acelerar. 

Ah, merda, Clary! Você precisa parar com isso… 

Tento ignorar a mensagem, tentando convencer a mim mesma de que não preciso passar por essa tortura, mas eu só consigo resistir até desembaraçar completamente o cabelo, e depois pego o celular para ver o que tem na mensagem. 

Bennett: Oi, Clary, bom dia! Como você está? Temos nos falado bem pouco ultimamente, né? As coisas estão bastante estressantes por aqui com o planejamento do casamento e tal, mas espero poder passar um tempo com você em breve. Enfim. Só queria te lembrar que a Sophia vai passar na confeitaria para escolher o sabor do bolo. Bjs. 

À medida que leio a mensagem, o sorriso vai murchando em meu rosto até desaparecer completamente. É, ele tem mesmo razão: estamos distantes desde que o casamento foi anunciado, e quando ele decide mandar uma mensagem, é justamente para falar sobre o maldito casamento. 

Quero responder com uma série de xingamentos e mandar ele procurar outra confeiteira no inferno, mas não faço isso. Eu apenas engulo a raiva junto com o choro que está quase se formando no meio da garganta e deixo o celular de lado, decidida a fingir que não recebi essa maldita mensagem. Só o fato de ter um encontro marcado com a futura mulher do homem que eu amo me faz querer voltar para a cama e ficar lá para sempre. 

Tomo uma aspirina — sério, a dor de cabeça está me matando — e vou direto para a ducha. Fico parada embaixo do chuveiro, a água gelada escorrendo da cabeça para os pés, na esperança de que todo esse sofrimento desça pelo ralo. Não me sinto nada melhor quando saio do banheiro, no entanto. 

Eu coloco o meu look habitual para o trabalho: calça jeans, camiseta e meus inseparáveis All Star branco. Tento secar o cabelo com uma toalha, mas ele não é do tipo que seca facilmente, e eu não estou com muito tempo agora, então faço o máximo que posso e o prendo em uma trança desajeitada. 

Antes de sair eu encaro a minha cama. Tão, tão tentadora… mas se eu quiser mesmo seguir em frente, preciso tomar uma atitude, e ela começa tomando as rédeas da minha vida profissional. É a única coisa segura que eu tenho no momento. Pelo menos a minha confeitaria não vai resolver se casar com outra pessoa e me dar um chute na bunda. 

DEAN • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora