Parece que a vida real não é como os romances dignos de best-seller, e Clary sabe bem disso. Depois de guardar um amor platônico pelo melhor amigo por anos, ela finalmente decide que chegou a hora de seguir em frente. Com o coração partido, ela está...
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CLARY
É surreal como em momento a sua vida parece estar de cabeça para baixo, e em um piscar de olhos tudo muda, e as coisas parecem finalmente estarem no seu devido lugar.
Isso resume bem a minha vida nos últimos meses. Quando eu olho para trás parece meio cômico que sou a mesma mulher que estava perdidamente apaixonada pelo melhor amigo. A mesma mulher fisicamente, pois interiormente eu posso garantir que mudei bastante.
Eu me sinto bem melhor. Mais leve. Parte disso, é claro, eu devo à Dean — ele abriu os meus olhos para muitas coisas —, mas também preciso reconhecer o meu processo de amadurecimento. Tive que quebrar a cara várias vezes, mas consegui dar a volta por cima. Estou tentando ser uma pessoa melhor e recomeçar, e estou muito entusiasmada em fazer isso com alguém que realmente eu gosto — e que sei que também gosta de mim — ao meu lado.
Duas semanas se passaram desde o festival de doces, e posso garantir que eu e Dean estamos muito bem. Temos uma conexão incrível que se fortalece a cada dia, e estamos descobrindo o quão bem funcionamos juntos. É mesmo engraçado… eu não sabia que precisava tanto dele até tê-lo dessa forma na minha vida, e não estou me referindo a uma dependência emocional — odeio romantizar esse tipo de coisa. O que quero dizer é que adoro a companhia dele, o carinho, os beijos, o sexo e o companheirismo. Podemos fazer coisas de casal e ainda assim sermos amigos para todas as horas. Podemos buscar refúgio um no outro quando as coisas não estão muito bem. Quer dizer… quantas pessoas têm a sorte de encontrar isso hoje em dia?
Tenho fé que podemos construir alguma coisa incrível juntos. É como se eu estivesse esperando por ele a minha vida inteira, e agora que o tenho, não consigo imaginar viver em um mundo sem o seu sorriso, o seu cheiro, os seus braços acolhedores. Não sei aonde essa história vai nos levar, mas estou ansiosa para descobrir.
— Aqui está o seu café — coloco a xícara na frente do meu pai antes de ocupar a cadeira do outro lado da mesa.
— Obrigado, querida — papai segura cuidadosamente a xícara e dá um gole no líquido negro. Sorrio do ruído de prazer que ele solta em seguida. — Nossa, querida. Já disse que adoro seu café?
Acho graça.
— O senhor sempre gosta de tudo o que eu faço, então não posso levar sua palavra a sério.
— Mas deveria! — arregala os olhos, incrédulo. — Eu sou o seu maior fã, e não é porque sou seu pai. Você é a melhor cozinheira desse continente.
Balanço a cabeça, sorrindo.
— O senhor não provou a comida de todos os cozinheiros do continente, pai.
— Não preciso — afirma ele, solene. — Eu reconheço um talento nato quando vejo um — ele corta um pedaço de bolo com o garfo e leva à boca. Escuto mais ruídos de aprovação. — Você precisa me passar a receita desse bolo, querida.
