• capitulo 11 •

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JULIE

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JULIE

Acordo cedo, parecendo que um caminhão passou por cima de mim de tão cansada, mas ontem prometi a Mica que iria no jogo, e não queria decepcioná-la, então acordo cedo para poder limpar meu quarto que está bagunçado e lavar meu cabelo. O jogo é de tarde então dá tempo de fazer o que planejo.

Uso calça jeans preta e pego uma regata azul escuro, a cor do escudo do time de basquete da faculdade; como eu ainda não tenho uma blusa do time, acabo usando a regata da cor principal.

"Já estou aqui embaixo'' - Vejo a mensagem de Mica, então desço o meu apartamento rapidamente.

Entro no carro de Mica, e ela pisa no acelerador, indo direto para a faculdade.

O ginásio da nossa faculdade vai ser a sede do jogo de hoje, contra outro time da cidade, hoje vale uma vaga para a final do campeonato regional de basquete.

_ Até que enfim! - Mica diz, assim que estaciona, praticamente pulando do carro - Pensei que iriamos perder o jogo naquele trânsito - ela me puxa, e vai me arrastando pelos corredores. Vamos andando, até que cruzamos com o time.

_ Ei, Drew! - Mica grita para o grupinho de jogadores, e um garoto vem em nossa direção. Ele é alto, cabelo preso em um coque, estilo samurai, e igualmente a Mica, sendo tingidos de loiros; na verdade, eles se parecem bastante.

_ O que você quer Mica? - assim que fica a frente de Mica, ele pergunta, nem percebendo a minha presença

_ Garoto, você é tão mal educado... - ela levanta a sobrancelha - Nem dá oi pra minha amiga - Mica me puxa  rodeando seu braço pelo meu pescoço, então o garoto finalmente vira pra mim. Sem pudor, ele me mede de cima a baixo, e abre um sorriso galanteador.

_ Hey! Sou Drew! - ele estica sua mão em forma de comprimento

_ Sou  Julie, prazer! - aperto sua mão, e dou um sorriso gentil enquanto ele me olha travesso. Do meu lado ouço Mica sussurrar: "Ah não..."

_ Prazer é só na cama, gata! - ele pisca e abre mais um sorriso, que é lindo e ligeiramente familiar.

De vergonha, minhas bochechas tomam cor rosada pelo seu comentário.

_ Sério, Andrew? - ouço Mica dizer - Ela não é como as outras daqui, ok? - ele enruga a testa - Que é só estalar os dedos e ela vem te chupar. Julie não é assim, nem se atreva - ela diz em um tom sério, e diria até desafiador; sinto que não é uma boa hora para estar aqui.

Na ponta do pé, tento me distanciar, mas Andrew puxa meu braço fortemente.

_ Não, fica ai com minha irmãzinha - fala com sarcasmo. Espera... irmã? - Eu to vazando - ele se distancia, indo até os outros jogadores.

_ Só queria te desejar boa sorte, seu idiota! - Mica grita, e Andrew, ainda de costas enquanto anda até o time, levanta o dedo do meio para Mica.

_ Vamos - ela cruza seu braço no meu, e seguimos até o ginásio. Nos sentamos em uma das fileiras da frente, e ficamos conversando enquanto o jogo não começa.

_ E quando iria me dizer que tem um irmão? - pergunto para Mica - Ainda mais bonito daquele jeito - dou uma risada nasal com minha própria fala.

_ Sinceramente? Não planejava falar - ela dá de ombros - Não gosto dele, ele não tem nada demais, além da babaquice;  e ele só faz merda com as meninas que se relaciona - ela vai enumerando, contando em seus dedos - Relaciona, não! As meninas que ele só usa - ela revira os olhos.

_ Você não gosta do seu próprio irmão? - pergunto com confusão na voz

_ Nunca nos demos bem - ela se remexe na cadeira - Minha mãe traiu meu pai, com o pai dele. Quando meu pai descobriu que ela tinha um amante iria se separar, mas descobriram que estava grávida de mim, minha mãe disse que iria largar o amante e dar atenção apenas para a nossa família, então meu pai resolveu ficar com a mulher - ela dá uma pausa, puxa ar, e volta a falar - Um dia estavamos no parque, como uma família feliz, eu estava brincando com um menino, dois anos mais velho que eu, na balança; meu pai me chamou para comer o lanche que eles haviam levado. Eu chamei esse menino para ir comigo, claro, não queria me separar dele, havia gostado muito dele, mas quando chegamos perto da minha mãe no banco, o menininho se jogou nos braços da mulher com um grande sorriso, e chamando-a de mamãe - Eu fico completamente calada por essa situação toda, nunca conseguiria me imaginar no lugar da Mica - Na época eu era pequena, não entendia muita coisa que estava acontecendo, mas por fim, naquele mesmo ano, meu pai se divorciou e ficou com minha guarda, enquanto minha mãe se mudou para a casa da sua segunda família. Enfim, minha história de vida! - Ela dá um sorriso sem graça.

_ Desculpa te fazer tocar nesse assunto - fico sem muito saber o que fazer, mas minha curiosidade me domina - É... como seu pai não percebeu ela grávida do Andrew? Ela não pensou em falar que era do seu pai?

_ Ah, meu pai estava viajando a trabalho na época, se ele fizesse as contas, saberia que não era dele. Enfim, ela conseguiu esconder até o terceiro mês de gestação, mas depois disse para  meu pai, que minha avó estava doente, e ficou seis meses cuidando dela. - ela revira os olhos - Como teve parto normal, ninguém poderia imaginar o que de fato aconteceu.

_ Sinto muito, Mica.. - Pego sua mão em um aperto, de forma reconfortante.

_ Está tudo bem já! - ela retribui o aperto  - Andrew e eu crescemos, entendemos tudo que aconteceu, mas eu sempre o vi como culpado do casamento dos meus pais acabar, sabe? Se ele não estivesse naquele parque, talvez nenhuma confusão teria acontecido. Nunca conversamos sobre o passado, mas gostaria de ser mais próxima dele... - Mica fala a última parte mais baixo.

Ela dá um sorriso ladino enquanto olha para Andrew, que já está na quadra com o nosso time, e time adversário.

_ Se realmente quisesse, você conversaria  com dele - falo, e ela torce o nariz.

_ Vamos assistir o jogo! Já vai começar - ela fala mudando de assunto, e eu simplesmente não insisto mais, acho que foi muita confissão para um dia só.

_ Vamos assistir o jogo! Já vai começar - ela fala mudando de assunto, e eu simplesmente não insisto mais, acho que foi muita confissão para um dia só

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• um pouco mais sobre a Mica... :)

Os Misteriosos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora