JULIE
Coloco um cinto e estou pronta. Já são 18h e estou terminando de me arrumar para trabalhar.
Estou com a blusa, com o nome do bar, uma calça jeans preta, um tênis e pego minha bolsa que está na cômoda.
Antes de sair dou uma verificada no espelho, meu cabelo está preso em uma rabo de cavalo; dentro do bar é bem quente, então geralmente amarro meu cabelo, mesmo detestando fazer isso.
Tranco a porta do apartamento, e já na portaria, entro no carro do uber que havia pedido antes de descer. Hoje não estava afim de esperar o ônibus lotado para ir ao meu trabalho.
_ Obrigada, bom trabalho! - dou um leve sorriso ao motorista que foi super gentil comigo durante toda a viagem.
Saio do carro, encaro as portas escuras do estabelecimento, e após um longo suspiro, abro as portas.
Adentro o local, avistando alguns funcionários já arrumando o espaço para o funcionamento da boate.
Eu deixo minhas coisas atrás do balcão, e ajudo a limpar algumas mesas, e organizar o balcão em que uso para preparar os drinks.
Já são 2h da manhã, e o movimento está até que controlado, não está lotado, mas também não tem pouca gente.
Aproveito para agradecer mentalmente pelas minhas aulas começarem apenas às 11h, assim posso pelo menos descansar quando eu chegar em casa.
Entrego o drink azul, que já está pronto, para uma das garçonetes, e ela vai entregar na mesa em que está um grupo de mulheres conversando animadamente.
Me viro para colocar de volta a garrafa que utilizei, na prateleira. Quando me viro, olho em direção a porta do bar, e me deparo pela segunda vez ao dia, com os olhos mais bonitos que já vi.
Ele aparenta estar acabado. Olheiras embaixo dos olhos, seu topete bagunçado, os ombros largos estão um pouco caídos e bem relaxados.
Volto minha atenção especialmente aos olhos, e no mesmo momento, suas pupilas se encontram com as minhas.
Seus músculos que a um segundo atrás estavam relaxados, são arrumados em uma postura séria e mais tensa, assim como hoje de manhã.
_ Me vê uma dose de tequila, por favor! - Ouço uma voz masculina me chamar, então me viro rapidamente em sua direção.
Um homem cabelos castanhos, que está sentado no balcão. Me recomponho, e volto ao trabalho.
O mistério e curiosidade que esse menino desperta em mim, é intrigante.
E até acho ele bonito! Uma boa definição em seus traços faciais, seu corpo, que apesar de sempre estar com moletom, percebo ser bem definido, e os olhos...
Aqueles benditos olhos, além de trazerem uma cor de se admirar, me trazem curiosidade para saber o que tanto atormenta aquele olhar profundo.
"Thomas Rizzo" - me lembro de Mica pronunciando seu nome.
Eu ainda vou matar minha curiosidade sobre você, Thomas! - penso comigo mesma.
Ele não deve ser todo esse bicho mal que fazem ele parecer ser. Só deve ter problemas muito profundos para serem vistos superficialmente.
Me encosto no balcão e relaxo, já que não tem pedidos no momento. Passo meu olhar pelo lugar, como faço de costume, mas inconscientemente sei que estou apenas tentando localizar uma pessoa.
Reviro os olhos quando vejo Natty vindo me entregar novas comandas.
Acabou o sossego, tem que trabalhar ne?!
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Os Misteriosos Olhos Azuis
Ficção Adolescente• Os Misteriosos Olhos Azuis • Esse é o primeiro ano de Julie Ortiz em sua faculdade tão sonhada, cursando moda. A menina ruiva de 19 anos, sempre sonhou em ser o rosto de famosas marcas ou até modelar. Julie conhece um menino misterioso na faculdad...