• capitulo 34 •

6.7K 441 29
                                    

JULIE

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

JULIE

_ O que você está fazendo, ruiva? - ele diz calmo, quando paramos o beijo em busca de ar.

_ Eu... - começo a ficar com vergonha por ter feito sem nem pensar - Eu só fiz, desculpa.

_ Não precisa se desculpar, linda, eu gostei - Thomas me puxa sorrindo e me dá um selinho.

_ Agora, para me agradar um pouco, poderíamos sair né? - Digo com uma cara inocente e ele me olha desconfiado, mas acaba concordando.

Descemos para seu carro, eu passo um endereço ao moreno, sem que ele saiba o destino final, mas quando chegamos em frente a um hospital no centro da cidade, ele me encara com os olhos arregalados, e volta o olhar para a porta do hospital.

_ Thomas - chamo baixo seu nome, já que percebo ele ter ficado sem reação.

Coloco minha mão em cima da sua, ele vira para mim e é a primeira vez que vejo suas íris azuladas estarem claras e marejadas.

_ 'Tá tudo bem? - Digo calma.

_ Eu não consigo - ele diz com a voz arrastada, então puxo-o para um abraço, com dificuldade por estarmos no carro, mas mesmo assim ele tenta se esquivar, se afastando e repousando sua cabeça no volante.

_ Porque você não consegue? - sussurro calma, enquanto faço um leve cafuné em seu cabelo.

_ A Bea - ele fala e se afasta, se ajeitando no banco - Ela ficou internada nesse hospital - ele olha pela janela. Quem é Bea? E porque ela ficou internada?

_ Quem é Bea? - pergunto sutilmente.

_ Beatrcie era minha irmã - ele abre um leve sorriso com lágrimas nos olhos, mas o sorriso logo se desmancha. Thomas tem irmã? Porque ele fica tão emotivo assim ao falar dela? - Esquece isso, vamos embora - ele limpa o rosto e logo liga o motor do carro, dando partida pra minha casa.

Chegando no apartamento, e ficamos no sofá, ainda em repleto silêncio.

_ Thomas - o chamo calmamente - Me conta, falar sobre pode te fazer bem - dou de ombros enquanto pouso minha mão em seu joelho, para transmitir um gesto de confiança.

_ Ruiva... - ele fala com pesar, encosta a cabeça no sofá e fecha os olhos.

_ Você pode me contar, eu estou com você, Thomas - levo minha mão acima da dele, fazendo um leve carinho na palma.

_ Bea era a garotinha mais linda, vivia sempre alegre. Ela era mais nova que eu, então eu sempre quis ficar ao lado dela, mas nossos pais não gostavam muito disso - ele diz tudo calmamente e nostálgico, ainda de olhos fechados, mas porque ele fala da Bea, no passado?

_ Porque - falo com cautela - Você se refere a Bea, no passado? - pergunto, então ele abre os olhos e me encara, com suas íris exalando tristeza.

_ Beatrice morreu aos 8, em um acidente de carro - ai meu Deus, tadinha - Eu estava brincando com ela na rua, e a bola caiu do outro lado, então Bea foi sozinha, buscar - ele fecha os olhos com força, como se suas lembranças tivessem te atingido - Mas de repente um carro passa - ele fala com a voz falha.

Fico sem saber o que fazer, ver Thomas tão vulnerável nunca esteve em meus pensamentos, mas parece que falar sobre sua irmãzinha, o afeta bastante.

_ Como o carro pegou ela pelo lado esquerdo, esse foi o lado mais afetado no acidente, incluindo a costela como pior hematoma. Ela ficou internada nesse hospital mas acabou não resistindo, e acabou que nossos pais me culparam pela morte da minha pequena - ele deixa finalmente as lágrimas caírem.

Meu Deus, como alguém pode culpar o próprio filho por algo como isso?

_ Ei, não é culpa sua, Thomas! Você mesmo disse que foi um acidente - como estamos sentados no sofá, puxo o moreno para deitar no meu colo, e ele abraça minha cintura fortemente.

_ Eu que deixei ela atravessar a rua, eu que estava tomando conta dela! - ele diz com uma ponta de revolta no voz - Eu que deveria ter sido atropelado naquela tarde.

_ Ei, nunca mais fale isso! - encaro seriamente seus olhos de oceano - Pode ter sido apenas um descuido, mas isso não te faz culpado pela morte dela - tento acalmá-lo.

Thomas apenas fecha os olhos, e enquanto eu faço cafuné, o moreno apaga em meu colo.

Com cuidado eu o puxo mais para  cima de mim, e me ajeito no sofá, para que eu ficasse deitada confortavelmente com ele.

Acordo no meio da noite e está fazendo um calor infernal, mas percebo Thomas inquieto no sofá ao meu lado.

Ele fica se revirando e resmungando algo que não consigo entender.

_ Por favor, Angela, me ajuda - Thomas começa a falar alto. Acho que ele está sonhando, mas... quem é essa Angela? - Pai, para, está doendo - o moreno, ainda dormindo, começa a chorar.

Eu assustada, começo a chamar por ele, mas Thomas não acorda de jeito nenhum.

_ Thomas! - digo um pouco mais alto e finalmente o moreno acorda, um pouco atordoado.

_ Me desculpe, Julie - ele fala assim que percebe o que acontecer, e se senta no sofá.

_ Pelo o que? - pergunto confusa.

_ Ter te acordado com meus gritos. Esses pesadelos nunca vão me deixar - ele fala a última parte mais baixo, como se tivesse falando para si mesmo.

_ Não tem problema, Thomas - abraço ele de lado, ao colocar minha mão em suas costas, sinto sua blusa molhada de suor.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Os Misteriosos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora