• capitulo 16 •

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JULIE

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JULIE

Paramos em frente a portaria do meu condomínio e só então lembro que meu chaveiro da portaria e as chaves de casa, ficaram na bolsa de Mica.

Bato a mão na testa e choramingo baixinho sem saber o que fazer.

_ O que foi? - ouço a voz de Thomas enquanto ainda estou com a mão no rosto tentando pensar em algo para eu não ter que dormir no saguão do condomínio.

_ Minhas chaves estão na bolsa de Mica - falo simples enquanto olho para ele.

_ Não tem nenhum porteiro aí? - Ele ergue a sobrancelha enquanto estica o pescoço para tentar ver lá dentro da portaria.

_ Não, a guarda noturna foi dispensada pelos relatos de roubos frequentes aqui na rua - dou de ombros - Os porteiros não queriam ficar de bobeira aqui também, por isso que cada morador tem seu chaveiro - ficamos calados nos encarando por um tempo, mas logo me pronuncio - Bom, obrigada por me trazer! - Vou abrindo a porta, quando sinto sua mão gelada segurar meu pulso.

_ Mas como você vai ficar? - pergunta com a sobrancelha arqueada.

_ Ah... - coço a cabeça - Não sei, eu tento chamar algum vizinho para poder abrir para mi... - ele me interrompe.

_ Não - ele diz simplesmente, passa o braço por cima de mim e puxa a porta para poder fechar, enquanto eu o encaro - Não vou te deixar aqui, sozinha - quando eu ia refutar a ideia dele me levar para outro lugar, ele se apressa a falar - Você mesma disse que nessa rua tem muitos assaltos - ele dá um sorriso debochado sem mostrar os dentes, como se tivesse ganho uma discussão.

Decido nem tentar argumentar já que ele arranca com o carro, encosto minha cabeça na janela e abraço meu próprio corpo.

Vejo Thomas olhar de lado para mim, e em seguida com um pouco de dificuldade por ter que controlar a direção do volante, tirar a jaqueta preta que ele está vestindo e me entregar.

_ É.. não precisa, obrigada - agradeço mas fico com vergonha quando ele joga em meu colo a jaqueta.

_ Você está com frio, Julie! Coloca a jaqueta e cala a boca - rapidamente então coloco, sinto meu corpo já se esquentar e seu perfume amadeirado na jaqueta.

Olho calmamente para Thomas enquanto ele dirige e isso por alguma razão é atraente, até eu olhar o braço que ele está segurando o volante, me dando total visão para as marcas avermelhadas, e algumas outras já cicatrizadas, de agulhas.

Desvio o olhar para ele não perceber que eu estava olhando diretamente para aquelas marcas, sinto meu corpo tensionar e então a ficha cai que eu estou indo para um lugar que eu não sei qual é, com uma pessoa que eu mal conheço.

_ Onde a gente está indo? - pergunto encarando seu rosto.

_ Minha casa - Thomas diz sério, fico confusa mas quando tenho noção do que ele respondeu, arregalo os olhos.

_ Não! - digo rapidamente, ajeitando minha postura no banco enquanto ele desvia o olhar da estrada, me analisando e volta o olhar para a rua - Me deixa em algum hotel, pousada ou até voltar na festa - tento arranjar qualquer lugar para passar a noite.

Ir para a casa dele seria muito constrangedor.

Nem nos conhecemos direito para ter tanta intimidade assim. Não sei nem o porquê de ter aceito sua carona.

Respiro fundo, passando a mão pelo meu cabelo porque a ansiedade não deixa eu ficar quieta nessas situações.

Ele simplesmente me ignora e continua dirigindo, enquanto eu vou me aconchegando mais no banco na intenção de tentar me acalmar.

Ele simplesmente me ignora e continua dirigindo, enquanto eu vou me aconchegando mais no banco na intenção de tentar me acalmar

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Os Misteriosos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora