JULIE
_ Ei, está tudo bem! - tento tranquiliza-lo.
Puxo Thomas ate o sofá da sala, e ficamos sentados de uma forma desengonçado por conta do abraço - O que aconteceu?
_ E-eu.. - ele começa mas para de falar.
_ Pode falar! Só está eu e você aqui - faço cafuné em seus cabelo, e ele deita sua cabeça em meu ombro.
_ Eu fui ver minha irmã, fui deixar flores e um pedido de desculpas por ter que me afastar dela - eu acho tão fofo a forma como ele fala da irmã dele.
_ Mas o que aconteceu depois? Eu sei que você não estaria nesse estado por isso, Thomas.
_ Eu estava conversando com el.., quer dizer, com o túmulo dela, até que meus pais chegam e me encontram lá - ele soluça.
_ Eles fizeram algo? - pergunto rapidamente, com medo do que possa ter acontecido.
_ Minha mãe cuspia palavras na minha cara, dizendo que Beatrice não merecia um irmão como eu, ou que eu não tinha o direito de estar ali com ela, a não ser que fosse debaixo da terra junto.
Meu Deus, como alguém pode falar isso? Ainda pra o próprio filho!
_ Depois meu pai, me puxou pelo cabelo, e me arrastava até a saída do cemitério. Eu estava tão fraco e cansado de tudo que eu só deixei. Chegando no portão, ele me deu um tapa na cara, e mandou eu nunca mais voltar ali.
Thomas nesse ponto já estava com a voz arrastada tanto pela bebida quanto pelo choro. Ele esconde o rosto no vão do meu pescoço, e sinto as lágrimas me molharem.
_ Ei, meu amor, eu estou aqui com você! - sussurro no seu ouvido, apenas para ele, e retribuo o abraço forte.
_ Obrigado - ele diz tão baixo que quase não ouço, ele funga mais uma vez e levanta o rosto - Como eu vou ficar sem visitar minha irmã? Ela sempre foi meu porto seguro, independente da situação. É tranquilizante conversar com ela.
Não sei o que dizer, eu entendo ele, até porque eu sinto o mesmo com meu pai. Apesar de não ter respostas, é como calmante conversar com ele, parece que ele está me ouvindo e entendendo tudo que eu digo.
...
Depois de todo o sufoco de tarde, tomamos um banho quente, tiramos um cochilo e agora estamos saindo de uma sorveteria.
Thomas conseguiu se acalmar e distrair a mente, pelo menos um pouco.
Chegamos em casa e ele logo se joga no sofá ligando a TV.
_ Ei, pode ir levantando da aí! - o puxo pro braço - Vem me ajudar a arrumar o quarto, que
conseguimos bagunçar em poucos dias, com poucas coisas.
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Os Misteriosos Olhos Azuis
Ficção Adolescente• Os Misteriosos Olhos Azuis • Esse é o primeiro ano de Julie Ortiz em sua faculdade tão sonhada, cursando moda. A menina ruiva de 19 anos, sempre sonhou em ser o rosto de famosas marcas ou até modelar. Julie conhece um menino misterioso na faculdad...