THOMAS
_ Porque você não foi ontem para a faculdade? - a ruiva pergunta de repente.
Assim que terminou às aulas hoje, insisti para virmos até minha casa, para passar um tempo juntos.
Estamos no meu quarto, com Julie sentada entre minha pernas, com suas costas encostadas em meu peitoral, enquanto assistimos algum desenho aleatório que passa na televisão.
_ Não estava afim - digo simples, dando de ombros. Eu realmente não queria acordar cedo e muito menos ficar ouvido os professores.
Julie vira o rosto para mim, analisando meu rosto, se estava falando sério.
_ Qual é! Não pode simplesmente faltar como se não fosse nada - ela começa um sermão, e eu me permito a revirar os olhos - Até porque, se você tivesse ido hoje, teria uma ótima oportunidade! - ela diz animada, sem conter um sorriso.
_ Oportunidade de transar no banheiro? - pergunto descontraído, enquanto a ruiva me olha nervosa e dá um tapinha no meu ombro.
_ Idiota - ela murmura com suas bochechas coradas. Me seguro para não rir, se não Julie me bateria novamente.
_ Mas então, continua. O que eu perdi hoje - Julie suaviza o rosto, se senta de frente para mim, e esfrega uma mão na outra para controlar a ansiedade.
_ Sabe aquele seu professor de fotografia? - ela pergunta como se eu não tivesse vários professores - Quer dizer, aquele que é baixinho, cabelo preto... Ah, lembrei! Aquele que deu um trabalho para a gente, em conjunto.
Ela termina de falar, e eu já estou meio estressado. Julie é muito enrolada pra falar, ela fala mil e uma coisas antes do que realmente queria falar.
_ Sei, Julie. O que tem ele? - pergunto, me acalmando, olhando para a mulher mais linda a minha frente.
Mesmo com uma blusa branca simples, minha calça de moletom e cabelos vermelhos desgrenhados em um coque, ela continua perfeita sob meus olhos.
_ Ele veio falar comigo e... - ela limpa a garganta - Ele queria te fazer uma oferta de trabalho! - ela fala e sorri, quando iria a responder, ela me interrompe - Esse trabalho ainda é na mesma cidade em que a agência que eu vou! - ela diz, dando uns pulinhos, e batendo palma.
Fico ligeiramente surpreso pelo o que ela disse, mas ainda assim confuso.
_ Como assim, Julie? - me ajeito na cama.
_ Ele disse que, como ele não conseguiria se mudar, o professor pensou em você! Isso não é ótimo? - nunca vi a ruiva sorrir tanto como agora, mas confesso que estou receoso à isso - Agora não teria mais a distância para nós atrapalharmos... - a animação dela vai se dissipando aos poucos, por perceber que eu não estou tão feliz como ela.
Claro que é uma ótima oportunidade, tanto para ficar perto da minha garota, quanto para começar a trabalhar no ramo em que eu gosto.
Seria ótimo ampliar meu currículo, ainda tendo sido uma indicação de um grande fotógrafo, e mestre de faculdade.
Apesar de não ter algo que me prenda aqui, ainda lembro de Beatrice, minha irmã. Seu túmulo está aqui, e apesar do lugar, eu gosto de visitá-la e conversar, mesmos sem ter respostas.
Antes eu ia praticamente, todo dia. Minha rotina era baseada em visitar o túmulo dela, ir para a faculdade e fumar, mas agora que Julie apareceu, ela virou minha vida de cabeça para baixo. De um jeito bom.
Tudo que faço, meus pensamentos se vão até a ruiva. A Julie simplesmente, virou meu ponto fraco, não posso vê-lá em apuros, ou chorando que eu sinto um aperto no peito.
Nunca imaginei que me apaixonaria por alguém dessa forma, mas essa garota veio para mexer com minha cabeça.
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Os Misteriosos Olhos Azuis
Ficção Adolescente• Os Misteriosos Olhos Azuis • Esse é o primeiro ano de Julie Ortiz em sua faculdade tão sonhada, cursando moda. A menina ruiva de 19 anos, sempre sonhou em ser o rosto de famosas marcas ou até modelar. Julie conhece um menino misterioso na faculdad...