• capitulo 52 •

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JULIE

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JULIE

_ Pois é, pai! - dou uma risada curta e sem graça - A gente terminou antes mesmo de começar - fungo o nariz, enquanto olho a lápide.

Depois de conversar com a Mica, no carro, acabei me sentindo melhor de ter desabafado, chorado e gritado tanto. No fim, eu consegui me acalmar.

Então fui para casa, e de noite eu nem fui trabalhar. Liguei lá e disse que estava passando muito mal, então me deram três dias de folga.

Já hoje, de manhã, fui normalmente para a faculdade, e não o vi. O que no fundo me preocupa, pois não sei se ele está bem ou não.

Agora durante a tarde, eu quis vir até o cemitério, fazia tempo que não vinha, e não percebi que sentia tanta saudade até me sentar aqui.

_ Eu sinto tanto sua falta! - me permito chorar - Queria você aqui, para me abraçar e falar que vai ficar tudo bem - as memórias com meu pai na infância, invadem meus pensamentos sem minha permissão, fazendo com que eu viajasse no tempo.

•••

Três dias já se passam, e hoje já tenho que voltar ao trabalho.

Na faculdade está tudo bem, tirando o fato de que ando meio desatenta às aulas, e Mica sempre me falando de quão para baixo estou.

Como não trabalhei durante a noite esses dia, aproveitei pra ir ver o túmulo de meu pai.
Teve até um dos dias, que minha mãe me acompanhou até lá.

Agora estou saindo de casa, indo direto ao ponto de ônibus, já que hoje volta a trabalhar.

Eu me sento em uma das cadeiras, no fundo do ônibus, e logo coloco uma musica nos meu fones de ouvidos.

Fico viajando durante o tempo no ônibus, até que vejo um menino adentrar o veículo com um moletom preto e o capuz cobrindo seu rosto.

Ele é alto e se senta em uma das cadeiras perto da porta, relaxadamente; o que leva meus pensamentos diretamente no moreno. Já que o jeito dos dois, são parecidos.

Então começo a ficar ansiosa para ver seu rosto, e saber se realmente é quem eu acho, mas durante todo meu trajeto, ele não levanta o rosto em nenhum momento.

Quando vai se aproximando meu ponto, eu vou até a porta, a qual ele está sentado perto, e ainda sim não consigo ver seu rosto.

Finjo deixar cair algo, e me agacho enquanto meu olhar se direciona para a sombra de seu rosto, e mesmo assim não consigo.

Ja desistindo, bufo e vejo estar parando em meu ponto.

Saio do ônibus, e viro mais uma vez para ele, e pela janela vejo seu rosto. Sardas espalhadas pela bochecha, sombrancelhas grossas e negras, bocas finas, que exaltam um leve sorriso, e olhos azuis.

Mas ainda sim, não são os olhos azuis que eu queria ver.

Suspiro fundo, ajeito minha pequena mochila nas costas, e em passos largos vou direto pra a boate.

Suspiro fundo, ajeito minha pequena mochila nas costas, e em passos largos vou direto pra a boate

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Os Misteriosos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora