• capitulo 49 •

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JULIE

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JULIE

Uma semana se passou, e desde o dia em que entregamos as fotos para o professor, eu e Thomas não nos vemos com tanta frequência.

Sempre que me aproximava dele pelos corredores da faculdade, ele respondia seco, e logo se afastava.

Parece até que ele está querendo se afastar de mim propositalmente.

Agora estou saindo do trabalho, estou nas portas da frente, esperando o táxi que eu chamei.

Meus pensamentos divagam pelo meu futuro, mas de repente sinto meu peito se apertar em preocupação, e logo vem em mente os olhos azuis que sou apaixonada.

Porque eu estou tão com uma sensação ruim, e só penso no Thomas? Quando o táxi finalmente chega, eu passo o endereço do moreno.

Já na porta da casa dele, eu toca a companhia e um outro morador da casa que atende, mas eu não tenho nem tempo para agradecer ou comprimento-lo, pois subo correndo para o quarto do Thomas.

Abro a porta aflita, mas não acho o moreno, então vou ao banheiro e encontro Thomas sentado no chão, encostado no vaso com os braços jogados do lado do corpo.

Passando os olhos pelo chão, vejo agulhas jogadas, um pó branco espalhado na pia, e sem contar o cheiro forte de baseado que o banheiro está.

Vendo o estado do banheiro, me agacho ao lado do moreno.

_ Thomas, ei! 'Tá me ouvindo? - chamo pelo Thomas, mas ele não responde, no desespero puxo ele para perto de mim, e só então percebo as lágrimas invadirem meus olhos.

Pego meu celular, e ligo para a emergência. Até eles chegarem fico ao lado do moreno, que de repente ele começa a tremer em meu colo, me fazendo ter certeza do que já estava prevendo.

Ele está tendo uma overdose; vai saber o que mais ele usou...

Entro em desespero em vê-lo assim, mas logo vejo pessoas com a maca entrarem no quarto, e dou espaço para eles poderem pegar Thomas.

Vou seguindo-os até a ambulância, e por fim vou junto com ele para o hospital, não o deixaria sozinho nesse momento.

THOMAS

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THOMAS

Abro os olhos, e a claridade me incomoda significativamente. Pisco algumas vezes até me acostumar e quando meus olhos se acostumam, encaro um teto branco.

Viro para um lado, vejo uma poltrona onde Julie dorme toda encolhida e logo enrugo a testa; do outro lado, vejo aparelhos e um soro.

Desço o olhar do fio do soro, até o aceso no meu braço, e já sinto meu coração acelerar quando cai a ficha que eu estou no hospital.

Tento puxar os acessos no meu braço, mas sinto uma mão parando o que eu estou fazendo.

_ Thomas, não faz isso - Julie diz com a voz rouca e baixa por conta do sono, mas não ligo e continuo puxando os fios, até que me desfaço de todos - Thomas! - ele me repreende, enquanto eu me levanto da cama, um pouco tonto, procurando minhas roupas já que estou com aquele avental hospitalar.

_ Cadê minhas roupas, Julie? - pergunto meio nervoso.

_ Fica deitado pelo menos, que eu pego suas roupas - ficamos nos encarando, por fim me dou por vencido, bufo e calmamente volto para a maca.

Julie vai até um armário no banheiro, enquanto eu fico ansioso para ir embora logo daqui.

A ruiva volta com algumas peças na mão, e eu logo levanto indo até as roupas, mas Julie me interrompe.

_ Ei - ela esconde as roupas atrás dela - Primeiro, me fala o porque que você fez isso - ela acaricia minha bochecha e dá um sorriso reconfortante.

_ Julie... - começo, mas ela me interrompe.

_ Por favor! - A ruiva pede, me puxa pela mão e me deixa deitado na maca.

Eu pondero falar tudo que passou na minha cabeça durante esses dias, porque eu sei que o sonho da ruiva é modelar e tudo mais, e ela indo para uma agência seria uma alavanca na carreira dela.

Mas precisava ser uma agência em outra cidade?

_ Porque você se afastou de mim durante esses dias? - ela pergunta com uma expressão clara, de tristeza. Ficamos nos encarando, e eu receoso.

_ Porque eu não ia suportar perder mais uma pessoa que eu gosto - digo de vez, coçando a nuca, enquanto a ruiva fica apenas me encarando.

_ Do que você está falando, Thomas? - ela chega mais perto da maca, enquanto eu calmamente me sento no colchão.

_ Você, Julie - a ruiva enruga a testa - Você vai aceitar a proposta da agência de outra cidade, e você não está errada, não! Deve pensar no seu futuro... - me seguro para não revirar os olhos com o que eu mesmo falei.

"Devia estar acostumado a ficar sozinho", penso.

"Devia estar acostumado a ficar sozinho", penso

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• 5/5

Os Misteriosos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora