JULIE
Me remexo na cama tentando reunir forças para abrir os olhos, mas logo sinto braços rodeados em minha cintura, e me puxar para mais perto.
Assustada abro os olhos, encarando Thomas dormindo calmamente enquanto aperta minha cintura possessivamente. Tento me afastar, mas a cada vez que tento afastá-lo, ele me puxa para mais perto, e ainda tenho que ouvir ele resmungando.
Cansada de lutar contra seus braços, deixar ele se apossar da minha cintura e eu vou olhando ao redor, explorando o quarto que é espaçoso; a cama de casal no centro, cômoda ao lado da porta, do lado direito tem o armário com uma outra porta ao lado, e do esquerdo tem a varanda.
Olho para o Thomas, e ele ainda está dormindo, assim até parece um anjo. Sem nem pensar, passo a mão em seu rosto, fazendo um leve carinho no mesmo.
Abaixo meu olhar para seu corpo, e com a pouca luz que entra da sacada, consigo notar uma feia cicatriz na costela esquerda.
Arregalo os olhos quando vejo essa cicatriz, e acabo lembrando das marcas que eu vi ontem nos seus braços.
Levo minha mão até a cicatriz da costela, mas antes mesmo de eu conseguir encostar, sinto ele pegar meu pulso, me obrigando a parar meus movimentos.
_ Não - ouço sua voz rouca então elevo meu olhar para seu rosto, ele ainda está de olho fechado, mas abre e fica me encarando, logo soltando meu pulso - Que horas são? - ele pergunta com a voz arrastada de sono.
Me solto de seus braços em minha cintura, sento na cama e rapidamente olhando em volta, encontrando meu celular ao lado da cama. Me estendo, pegando o celular e ligando-o.
_ 7h da manhã, de um domingo - o respondo enquanto eu bocejo. Levanto da cama, percebendo estar com meu vestido e ainda com um moletom masculino.
_ Julie, deita! - o moreno enrolado no cobertor, pelo frio, me chama, na verdade, ordena - Está frio, e cedo demais para eu te levar embora - ele se ajeita e fecha os olhos.
Fico envergonhada de ter que voltar a me deitar na cama, então decido perguntar onde é o banheiro.
_ A porta da direita, ao lado do armário - agradeço, e rapidamente vou adentrando o banheiro.
Passo meu olhar pelo cômodo, encaro minha imagem no espelho; estou péssima. Minha maquiagem está borrada, meu cabelo está uma bagunça e juntando com o moletom e vestido, que com certeza não é um bom visual.
Lavo meu rosto na pia, e tiro o máximo possível da minha maquiagem.
Encaro o armário debaixo da pia, e imagino se tem alguma escova de dentes que eu possa usar, para tirar esse bafo matinal.
Abro a porta, colocando minha cabeça do lado de fora.
_ Thomas - o chamo - Thomas? - chamo novamente.
_ O que você quer? - ele resmunga, ainda deitando de barriga para baixo.
_ Você tem alguma escova de dentes nova, que eu possa usar? - pergunto, enquanto o encaro se sentando na cama, com a cara amassada, o deixando de um jeito fofo matinal, e me fazendo sorrir levemente ao imaginar vê-lo assim todo dia.
_ No armário, debaixo da pia deve ter uma nova - ele dá de ombros e volta a se deitar.
_ Ah, ́tá bom, obrigada! - sorrio em agradecimento, e fecho a porta.
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Os Misteriosos Olhos Azuis
Novela Juvenil• Os Misteriosos Olhos Azuis • Esse é o primeiro ano de Julie Ortiz em sua faculdade tão sonhada, cursando moda. A menina ruiva de 19 anos, sempre sonhou em ser o rosto de famosas marcas ou até modelar. Julie conhece um menino misterioso na faculdad...