Capítulo 30

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Tudo tem começo e meio. O fim só existe para quem não percebe o recomeço.

Nina

Ser mãe era o maior e melhor presente que eu podia ter recebido em minha vida.
Eu me sentia realizada completa capaz de enfrentar o mundo e vencê-lo por ela.

Mas como mulher eu me sentia frustrada, quebrada e rejeitada. Se Lorenzo tivesse se apaixonado por mim depois do casamento talvez fosse mais fácil pra mim reconquista seu amor.
Mas Lorenzo me amou a distância apenas acompanhando aquela Nina que tinha sede de viver, que vestia sensual, que saia pra dançar. Aquela Nina que tinha um corpo que pra mim era perfeito.

Bom a Nina de agora passava o dia de pijama, não sei qual foi a última vez que fiz as unhas. Meu cabelo já não era sedoso como antes e acho melhor não entrar no assunto do corpo pra nós agregar mais um adjetivo a minha pobre pessoa.

Poxa eu me sentia gostosa durante a gravidez que agora. Eu chorava de frustração. Lorenzo sempre fez com que eu me sentisse a mulher mais linda do mundo, ele me fazia eu me sentir desejada. Eu me sentia a única.

Como eu ia reconquistar meu marido eu estava praticamente desarmada. Sem beleza, sem tempo e saúde emocional.
Eu sempre chorava no banheiro.
A primeira vez foi no dia que cheguei do hospital e escutei sua conversa com nossa filha.

Lorenzo era com ela exatamente como imaginei que seria desde quando descobri a gravidez.
Era incrível que a voz dele já a acalmava.
Ela cada dia se parecia mais com ele.
Ela tinha cabelos e olhos totalmente pretos.
A única coisa que ela puxou pra mim foi o nariz e o tom da pele. No resto ela era toda Lorenzo.
Ele ficava todo orgulhoso quando eu dizia isso.

Eu estava terminando de arrumar as compras quando vi uma caixa grande.
Quando abri fiquei surpresa de ser minhas fotos de gestante.
Eu fiquei em dúvida mas resolvi mostrar a Lorenzo. Foi um dos principais motivos pra ter feito.

Depois que entreguei os álbuns a Lorenzo eu 
entrei pro banheiro pra tomar um banho. Eu tinha que fazer o jantar. Mas eu estava muito suada. Eu me perguntava se um dia eu voltaria a ter Lorenzo de volta.
Nós dois dormíamos na mesma cama e ele nunca me tocou.
Ele era gentil e mais nada. Não sei se eu poderia sobreviver a isso.
Eu além de amá-lo demais eu sentia falta de me sentir amada.

Depois de quase alagar o banheiro com minhas lágrimas eu vesti uma calcinha e coloquei um vestido.

Lorenzo estava parado olhando minha foto.

- O que quer jantar?

Ele me olhou tão intenso que eu quase me joguei nele. E quando ele perguntou quem tirou minhas fotos eu me senti tão feliz. Ele estava com ciúmes. Talvez ainda tivesse uma chance pra nós dois.

Eu fiz lasanha pra Lorenzo porque ele amava, mas eu deveria comer salada, eu precisava perder peso.
Eu corpo não estava feio, ele estava totalmente diferente de antes mas ele estava digamos bem distribuído. Minha bunda estava maior mais o maior incômodo era com a barriga.
Eu sempre malhei pra comer, porque eu amo comer. Então eu nunca tive aquela barriga definida mas também nunca tive esse bolinho abaixo do umbigo.
Eu evitava a balança a todo custo.

Depois que coloquei a lasanha no forno eu fui fazer mais uma sessão de terapia.
Foi ideia da minha sogra.
Isso estava me ajudando de mais. Terapia é vida.
Eu desabafei sobre não ter meu marido comigo, sobre não ter seu carinho e sobre senti falta de seu amor. E como sempre minha psicóloga me deixava com vontade de manda ela pros quintos dos infernos.
Eu acho que ela é amiga de Lorenzo.

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