first day

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Claudia observa meu desespero com um sorriso sínico e uma xícara de chá na mão, a qual assoprava o vapor de vez em quando. Sua calma me irrita. O modo calmo como age quase me faz gritar com ela.

— Não vai me ajudar?!? — ela nega.

— Ainda estou tentando entender como você conseguiu se meter nessa situação... — a mulher solta ar pelo nariz.

— Que situação? — Emily pergunta. Havia chego do trabalho a minutos, ainda estava de terno, mas o cabelo já solto.

— Ela dormiu com... uma desconhecida-gostosona-tatuada.

Reviro os olhos. Percebo Emily arregalar os dela na mesma hora em que escuta a frase de Claudia, tento ignorar a situação e apenas procuro a maldita carteira. Era tudo uma bagunça. Literalmente. Tudo.

Minha cabeça fodida conseguia se encaixar completamente com a dor no meu corpo e a bagunça do meu quarto. Todos os meus objetos pessoais e roupas estavam espalhados na cama, e mesmo assim eu não conseguia achar minha carteira, onde todos os meus documentos estavam. Documentos aos quais eu realmente precisava para preencher uma papelada hoje.

— Você é lésbica?!?

Não! — nego rápido demais, parando o que estava fazendo pela milésima vez.

— Então você... — sua fala se embola, como uma pergunta sem interrogação no final.

— Eu sou hétero. — Claudia faz uma careta — Não me olhe assim... e por quê não me ajuda a procurar a maldita certeira, hm?!?

— A carteira com o broche da 'Louis' na alça? — assinto rapidamente ao escutar Emily.

Ela passa por mim em passos rápidos, indo até o closet. Em suas mãos, minha carteira volta sem nenhum arranhão. Ela me entrega e sorri.

— Guardei lá dentro pois estava jogada na sala e eu não sabia onde por — solto o ar dos meus pulmões.

— Obrigada, Emily, muito obrigada. Você é uma amiga ótima. — pego a carteira de suas mãos, dando um beijo rápido em sua bochecha.

— Não me ofendeu! — Claudia dá de ombros.

Checo se meus documentos estavam todos ali, posso sentir-me no mínimo um pouco aliviada quando constato que tudo estava em seu lugar.

— Já está atrasada. No seu primeiro dia. Deveria correr antes que acabe passando vergonha.

— Ela não vai passar vergonha, ela é a chefe. Que se fodam os horários... é ela quem manda em tudo — a frase deveria me acalmar, mas apenas me deixa mais aflita. — Deveria se apressar, precisa dar o exemplo.

— Eu sei, é por isso que eu vou me retirar agora — guardo meu celular, que repousava em cima da bagunça de roupas, dentro do blazer bege que usava.

— Você vai se sair incrivelmente bem, como sempre é. — Emily sorri para mim, tentando me passar o mínimo de confiança — As chaves do carro estão na porta, é o cinza.

— Obrigada! — exclamo já acelerando meus passos fora do quarto.

Claudia grita um "Não vou te desejar boa sorte porquê não precisa" enquanto eu pegava a chave do carro.

(...)

Deixo o carro no estacionamento na vaga indicada a mim antes de sair em passos rápidos caminhando em direção ao elevador. Meu pai havia me dito algumas noções básicas geográficas do prédio para que eu não ficasse sozinha, também me deu conselhos e mandamentos aos quais deveria seguir piamente.

𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐍𝐃𝐎𝐍 | ᵇ.ᵉ Onde histórias criam vida. Descubra agora