Quando entro no meu escritório, a primeira coisa que vejo é Hailey se esticando para pegar uma pasta de documentos em uma das partes mais altas da prateleira.
— Você tem muita sorte de a direção da empresa ter mudado — digo fechando a porta. Hailey ri quando percebe que eu me refiro ao tamanho da saia que ela usa. A meses atrás ela teria sido barrada na porta, como muitas vezes já aconteceu — Bom dia.
— Bom dia, Sra. O'connell — responde ela, pondo enfatização no meu nome formal.
— Toda vez que me chama de "Senhora" eu me sinto uma velha — ela assente, segurando a pasta de documentos em mãos.
— Seis anos de diferença lhe fazem parecer uma idosa — afirma minha assistente enquanto eu vou até minha mesa — Ainda bem que eu gosto das mais velhas. — o olhar que eu direciono a ela é quase que uma bronca — É brincadeira, relaxa... — Hailey levanta as mãos como se estivesse se rendendo e se direciona a porta.
— Assim espero — digo a ela, que apenas ri fraco e abre a porta.
— Vou levar essa papelada 'pro Diretor Comercial, ao qual eu não faço idéia de quem seja. Ah! E antes que eu me esqueça, você tem uma reunião daqui a quinze minutos, e chegaram umas correspondências, estão na minha mesa, posso trazer? — assinto.
Enquanto eu me sento na cadeira de couro e ligo o MacBook para me por a par dos últimos ocorridos na empresa, Hailey volta com algumas cartas e envelopes.
— Cartas do conselho, operações, uma do seu pai e um envelope sem identificação — franzo o cenho quando encaro o envelope.
— E quem deixou?
— Não faço idéia, só peguei lá embaixo quando cheguei. Se me der licença...
— Sem problemas — ela assente, e se vira para retirar-se dali.
As correspondências comuns acabo deixando de lado. Pego o envelope marrom em mãos. Não havia carimbo, nem endereço anexado, nem marca dos correios, e nem um outro envelope plastificado branco que era o único aceito nos correios europeus. Passo os dedos pelo carimbo a cera impresso sob o papel. A letra "K.W." estava carimbado, a cor da cera era azul com detalhes dourado. Rasgo o selo e abro o pacote.
— Bom dia, Billie — Lauren abre a porta sem bater, levo um susto e acabo deixando o envelope aberto em cima da mesa — Desculpa por não bater...
— Com você eu já estou acostumada — a relembro. Jauregui sorri. — Mas o quê você deseja, agora?
— Que você vá para a reunião agora — dá de ombros — Ordens da chefe.
— Certo...
Dou uma última olhada no envelope e acabo desistindo dele. Pego meu celular e o enfio no bolso, quando saio da sala acompanhada de Lauren, deixo a porta fechada e vamos em direção ao andar das salas de reuniões.
Acho que é uma das primeiras vezes em que a minha única função em alguma reunião é me sentar, observar, aprender e por em prática o que for dito, pois Lauren é a pessoa que apresenta o novo sistema metódico de operação de maquinário que iremos implementar. Ela explica perfeitamente os prós e contras, conseguindo convencer muito mais de metade das pessoas alí. Dentre elas, Hernández, que deixa claro sua concordância e pede que Jauregui explique mais alguns pontos.
Vez ou outra Eleanor me olha, mas ao seu lado estão seu pai e consequentemente Madden, que a toda hora fala algo a ela, de minuto em minuto, rente ao seu ouvido.
Estranho o ato, e pela feição de Lauren não fui só eu que tive essa reação.
— Diante destes fatos, peço que o conselho vote em conjunto — inicia Eleanor, logo após Jauregui finalizar e voltar a se sentar ao meu lado — Levantem a mão aqueles que concordam que um novo sistema, mais tecnológico, é o melhor para a marca — em consequência, todas as pessoas aprovam a idéia. — Senhoras e Senhores, a decisão é unânime. Reunião encerrada.
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𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐍𝐃𝐎𝐍 | ᵇ.ᵉ
FanfictionAinda que cercada pela fama em seu sobrenome, Eleanor finalmente se muda a Londres assumindo a empresa que lhe é de direito em busca de um novo começo. A jovem adulta planejá-ra todo movimento executado dentro da empresa, mas acaba dormindo com uma...