first (second) day

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Era inegável o nervosismo da loira ao lado do irmão. Ela sentia seu pai a observando, dirigindo-a a palavra de forma mais seca que o comum. Tudo isso só se intensificou quando aterrissaram em Terra firme e ele, de bom grado, decidiu ir até a empresa para "resolver assuntos pendentes".

Palavras do próprio Todo Poderoso.

— Ele sabe. — Eleanor murmurou assim que fechou a porta da sala — Ele sabe, Deus! Eu estou tão fodida...

— Quem... Do que você está falando? — Billie perguntou, a dúvida transparecendo no cenho franzido.

— Meu pai, Billie. Ele sabe de mim... De mim e você. Agora ele vai me deserdar, tirar a empresa de mim, meus irmãos vão me odiar e a mídia vai me fazer virar a vagabunda que abandonou o namorado 'pra ficar com uma mulher em Londres e eu vou-

— Ei! — Billie a interrompe, sua mão parando no ombro de Eleanor por segundos, antes que ela se dê conta de que estão na empresa, e a retira na mesma hora, tão rápido quanto pôs — Seu pai não sabe de nada, não há motivos 'pra surtar agora. Literalmente acabamos de chegar.

— Ele foi sem educação comigo o dia todo, e piorou quando aterrissamos...

— Fica calma, não deve ser nada. Você não disse que ele veio "resolver problemas pendentes"? — ela assentiu — Talvez esse lance de descontar o estresse no outros seja de família.

Eleanor ergue uma das sobrancelhas.

— Isso foi uma indireta?

— Foi uma direta.

— Eu sou amigável com todo mundo a toda hora, não "desconto o estresse nos outros". — Billie negou — Espera, eu realmente...

— Por motivos de eu realmente precisar desse emprego não vou dizer mais nenhuma palavra — Eleanor revira os olhos se afastando da porta para ir em direção a sua mesa, durante seus curtos passos, Billie a fita como em todas as outras vezes, sentindo seu perfume adocicado quando passa por ela — Sinto falta de te ver revirar os olhos assim, bem de pertinho. — a fala faz Eleanor a olhar lentamente, com um sorriso no rosto.

— Você disse que eu desconto meus problemas nos outros cinco segundos atrás, safada. — Billie ri, dando de ombros — Vai trabalhar, Billie, um setor inteiro não vai funcionar se você não estiver lá 'pra mandar em todo mundo.

— Sim, Senhora Hernández. Você manda, e eu obedeço — com uma piscadela e uma risada, Billie deixa o escritório, fazendo Eleanor colocar a mão na frente da boca quando nota o sorriso idiota que resta em seu rosto quando está sozinha alí pensando na morena tatuada que antes estava com ela.

(...)

Matteo solta um sorriso leve quando a filha explode em risadas no colo da mãe. De longe, ele e Eleanor estão sentados em um banco perto à London Eye, observando de longe Marie e Anne brincando com um gatinho de rua que encontraram.

— Sabe... Eu ia te perguntar... — Matteo começa a frase — Você pode ficar com a Anne hoje? Não conheço nenhuma babá daqui.

— Posso, ela vai ser a minha companhia a noite — a irmã sorri fraco — Claudia vai dormir na casa do namorado, e Lyn vai passar a semana na casa dos pais.

— Vai ficar cuidando de uma criança em uma plena sexta a noite? Que depravada — Matteo solta uma risada.

— Vou cuidar da sua filha 'pra você transar em paz, idiota, e vê se não esquece da camisinha dessa vez, a próxima criança dessa família não pode ser sua de novo — ele assente.

Próximo ao outro lado, posso ver Billie saindo da igreja acompanhada por uma ruiva do seu tamanho. Por conta da distância não consigo ver ou reconhecer quem é, mas Matteo é mais curioso que eu, por isso grita: "Ei! Billie Tatuada O'connell!" em alto e bom tom. Consigo a constatar finalmente nos encontrando. Ela acena e Matteo a chama para até onde estamos com outro grito.

𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐍𝐃𝐎𝐍 | ᵇ.ᵉ Onde histórias criam vida. Descubra agora