open your eyes

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Pela sacada do quarto de Billie, observo Shark andando vagarosamente até sua casinha de madeira gigante. Ane havia acabado com a energia do cachorrinho com suas brincadeiras durante o dia, algo me diz que Shark não era acostumado com crianças a todo dia, mas pela sua alegria não pareceu ser algo que o aborrecia.

— Tudo bem? — escuto a voz de Billie, quando olho para trás a vejo na porta do quarto.

— Só vim colocar o celular 'pra carregar — o cheiro de Billie é tão bom que consigo-o sentir quando ela caminha até mim, antes mesmo de ela me abraçar por trás olhando o que tanto eu observava — É muito bom não ficar deitada o dia todo.

— E eu sinto falta de conseguir dormir oito horas seguidas — dou uma risada com a sua fala — Inclusive, a senhorita almoçou?

— Aham, com certeza....

— Você mente mal — Billie me faz virar para ela, encarando-me — Prometi pro médico e pros seus irmãos que iria cuidar de você, lembra?

— Mas eu nem estou com fome.

— Problema seu, vou colocar comida pra você e se continuar assim eu te dou papinha de criança — Billie sorri puxando minha cintura para me tirar do quarto.

Em algum momento, os pais de Billie a ligaram e ela os chamou para irem lá, me conhecer, sem me dizer absolutamente nada.

De repente estávamos em uma tarde de sábado com meus irmãos, Claudia, Finneas, Emily, e os pais de Billie. Para a minha surpresa todos se deram muito bem, os pais de Billie são pessoas maravilhosas e me trataram da melhor forma possível. Maggie era uma mulher que trabalhava com arte, ficou conversando com Claudia por muito tempo sobre quadros e restauração de obras antigas. Finneas ficou feliz com a interação das duas e não demorou muito até meus irmãos começarem a fazer piadas de humor duvidoso, e diferente da maioria, Finneas acompanhou o ritmo do humor e se juntou a eles. Ali, todos estavam felizes sem motivo aparente.

Já fazia muito tempo desde a última vez em que me senti assim, e pela primeira vez em muito tempo não me importei com a aprovação dos meus pais, deixei de me sentir como a mocinha frágil que precisava de autorização dos responsáveis para tudo.

Pela primeira vez eu estava feliz, bem, e tudo graças a uma pessoa. A ela.

(...)

Escuto o barulho da porta sendo aberta. Quando olho para trás vejo Billie passando por ela. Sua feição carregava cansaço. Seus cabelos estavam soltos, escuros, ela usava uma blusa social branca de botões, aos quais os três primeiros estavam abertos. Suas tatuagens estavam a mostra.

Billie com sua roupa formal era sexy, mas Billie com sua roupa formal acompanhada das tatuagens e seus cabelos soltos era um pecado sem limite.

— Eu demorei? Achei que eles só fossem embora mais tarde — diz ela, suspirando ao fechar a porta do quarto.

— Meu bem, já é quase meia noite... — ela assente.

— Me desculpa por ter que sair, eu queria poder ter ficado aqui pelo menos por mais tempo. — suas palavras são doces e aprecio a sua preocupação. Billie anda até o enorme espelho que existia a frente da sua cama.

— Não precisa se desculpar, eu te entendo. — ela começa a tirar a camisa, desabotoando a parte da frente e quando olha para suas mangas me encara. Pediu minha ajuda com os olhos.

— Mesmo assim, pra mim é importante eu me dar bem com a sua família, queria ter sido mais participativa. — ela me estende seu punho e desato a abotoadeira de prata, fazendo o mesmo com o outro lado.

𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐍𝐃𝐎𝐍 | ᵇ.ᵉ Onde histórias criam vida. Descubra agora