À Felicidade Eterna.

"acho que somos duas!"

Fiquei ali com a respiração ainda ofegante por muitos minutos, com pensamentos a mil mesmo sabendo que 998 desses pensamentos fossem na loucura que acabou de acontecer entre mim e Jaden, na sala número 618 do 6° andar. Peguei minha bolsa do chão e caminhei para fora, eu estava com um sorrisinho bobo impregnado no rosto, mas esse sorriso desapareceu quando vi Jaden entrando em outra sala, mas desta vez, puxando a Olivia.

- Filho da puta. - sinto muito Karen. A raiva me consumia e eu senti uma vontade enorme de ir lá e acabar com o fogo deles.
E eu ia fazer isso. Eu tinha direito né? Ele havia transado comigo a uns 20 minutos atrás.
Me aproximei da porta número 604, e comecei a ouvir barulhos altos que não eram gemidos, e sim gritos.

- Foda-se! - Pude ouvir Jader gritando. - Foda-se Olivia. - ouvi o barulho de um soco na mesa do professor, provavelmente dado pelo Jaden.

- Me desc... desculpe...- Olivia chorava como uma criança. E eu estava me assustando com os gritos.

- Você não tinha a Porra, desse direito Olivia. - Eu vi por uma mini abertura na porta o Jaden apontar o dedo para o rosto de Olivia, que estava com as mãos na boca, extremamente trêmulas.

- Porra! Eu te amo. - os olhos de Olivia procuravam pelos de Jaden, que os evitava por raiva. - Jaden! - ela foi até ele e segurou o rosto para o olhar no olhos. - Eu te amo.

Droga! Aquilo me causava sentimentos que eu não sabia se eram bons, mas tenho quase certeza de que eram bem ruins.
Me virei de costas para a porta e fiquei processando tudo o que estava acontecendo.

- Por que não assumer que sente algo por mim, Carter? - ela dizia inocente. - qual é a porra do seu problema? - eles continuavam discutindo e eu havia entendido que a briga deles não me interessava, não era e nunca foi da minha conta.

- Você! Você é o meu problema. - as palavras dele me deixaram mal pela Olivia, e eu queria interferir, mas... - E quer saber o quê sinto por você? Pena. - ele cuspiu aquelas palavras cruéis, que conseguiram deixa até mesmo eu, mal. - E sabe por que? Porque é invejosa, é cruel, maldosa e egoísta. Você não consegue ser feliz, então deseja e faz de tudo para que as pessoas a sua volta se sintam assim também. - Olhei pela abertura e vi Jaden andando de um lado para o outro, e lágrimas escorrerem pelo rosto da Oli, enquanto ela olhava para baixo. - Como por exemplo, A Selyna. - Ela levantou a cabeça rapidamente, e a situação estava ficando pesada demais. - Você sabia Olivia, sabia apartir do momento que me pôs cara a cara com a Selyna, que não era você, que não seria você. - ele chegou perto dela a olhando com raiva e desgosto.

- Você não sab...

- Sei. Sei sim. - Ele se afastou irritado. - Dês daquele dia você fica inventando mentirinhas para deixá-la infeliz, como você. - ....... - você faz de tudo para afastar ela de mim, e o fato de nunca conseguir te enlouquece, mas adivinha Olivia? eu nunca vou parar de ter encontros gostosos com a Selyna por você. Nunca!

- Jad... - ela não conseguia dizer nada, pôs as palavras de raiva do Jaden sempre a interrompia.

- Eu nunca fiquei com você, nunca se quer transei com você.... mas agora, você dizer a Selyna que estamos namorando? Sério? - ele a olhava perplexo e ela só conseguia olhar para baixo. - Não te desejo o mal Olivia. Mas te aconselho a mudar o seu jeito, ou vai acabar sozinha, como está agora. - ele pegou a mochila do chão e pude perceber que ele sairia da sala, então corri até a sala ao lado.

Esperei um tempo, olhei no corredor novamente e vi que não havia ninguém, eu caminhei para fora da sala, mas um choro alto e agressivo me fez parar e voltar a olhar para a sala 604. Caminhei devagar evitando fazer muito barulho, abri a porta e vi a Olivia agachada no chão chorando muito.

Ela me olhou e limpou as lágrimas, mas não disse nada.

- Você ta bem? - fui até ela e me agachei junto a ela.

- Você estava ouvindo, né? - Ela evitava meus olhos.

- Sim. - eu disse, e os olhos dela se encontraram com os meus.

- Por que Selyna? Por que eu fui tão ridicula? - a voz dela começou a desaparecer e ela voltou a chora muito, então cheguei mais perto e apoiei a cabeça dela em meu ombro enquanto ela chorava.

- Todos nós erramos, Isso não nos faz ridículos e sim mostra que todos somos pessoas com forças e fraquezas Oli. - ela me olhou e eu dei um sorriso de canto para ela. - a única coisa que está sobre o nosso controle, é a decisão de quando vamos amadurecer e seguir em frente. - Eu me levantei e fui em direção a porta, antes que eu saisse da sala a Olivia correu até mim e segurou meu pulso me fazendo olhar para ela.

- Eu o amo, Selyna. - ela me olhava com os olhos inchados, e Eu sorri para ela.

- É. Acho que somos duas, então. Fique bem Olivia! - soltei meu pulso de sua mão e fui embora dali.