"Precisamos conversar."

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- Lion? - fui até ele e pude ver um machucado bem feio no pescoço dele. - Lion, oq....- eu levava minha mão lentamene para perto da ferida mas ele me impediu.

- Selyna! - ele me abraçou e começou a chorar.

- O que houve Lion? - eu me afastei o suficiente para o olhar.

- A Alyssa, Lyna....- dava para ver que ele não queria dizer, mas eu precisava, meu coração estava acelerado ao ponto de parecer que pularia para fora do peito.

- Fala! - exigi.

- Ela sumiu. - ele disse rápido e parecia que eu havia me esquecido como era respirar, minha cabeça começou a girar, e derrepente....Nada.

!Jaden!

Foi muito estranho abrir a porta e encontrar o irmão da Selyna ali, não tinhamos intimidade o suficiente para eu recebê-lo na minha casa, mas eu precisaria fazer isso pela Selyna.
Ele parecisa muito mal, como se estivesse sem chão, eu ia chamá-lo para entrar, mas logo ouvi a voz da Selyna atrás de mim.

Eu me afastei e fui para a sala deixando eles e o Jason na porta, pude ouvir algo sobre a irmã dela desaparecer, isso era muito ruim. Logo vi um tumulto e fui ver o que era, meu coração acelerou ao ver a Selyna desmaiada no colo do irmão.

- Me dê ela! - eu disse a pegando do colo do Lion e fui colocá-la no sofá. - Pegue álcool e gelo. - Disse ao Jason e ele foi rapidamente.

- Ela está respirando? - Lion disse preocupado enquanto se movia de um lado para o outro.

- Sim. - eu disso olhando a respiração pelo nariz dela. Meu coração estava doendo por ver ela assim, que caralho... essa garota era especial demais para eu não fazer nada. - Vou levá-la ao hospital. - eu a peguei no colo novamente.

- Aonde vai? - Jason veio até mim com o álcool e o gelo nas mãos, mas eu não queria arriscar.

- Levá-la ao hospital. - Eu disse passando pela porta com ela em meus braços.

- Eu vou junto. - Jason disse, mas isso não iria acontecer.

- Não. Você vai procurar a irmã dela! - ele me olhou confuso. - Ela está assim agora por saber que a irmã desapareceu, então ajude o Lion a encontrá-la. - ele ficou me olhando por um tempo mas em seguida ele acentiu com a cabeça e foi para dentro. - Fica bem meu amor. - eu disse enquanto colocava o cinto de segurança nela, logo depois eu a dei um beijo na testa e corri para o banco do motorista.

Eu estava tão preocupado que eu corria por aquelas ruas, eu não sabia o que fazer, não sabia o número da mãe dela, e muito menos se ela estava bem.

Quando chegamos no hospital eu corri o mais rápido que eu pude para dentro, os médicos vinheram e pegaram ela do meu colo, me deixando ali para enlouquecer.

Eu andava de um lado para o outro com o coração a mil sem saber o que fazer, o Jason não me atendia nem respondia, eu não sabia nada sobre a Selyna, e isso era muito foda, o fato de eu ter uma indigente na cabeça 24h.

- Senhor? - uma enfermeira veio até mim, ela era muito gata e tinha curvas perfeitas. Ela ficou me olhando de cima a baixo com um sorrisinho que era bem prazeroso de ver, eu sorri. Mas logo voltei a realidade e reparei que havia uma garota que me tinha nas mãos precisando de mim, essa moça não era nada comparado a Selyna, e eu devia começar a valorizar isso.

- Minha noiva está bem? - eu perguntei a enfermeira, fazendo os olhos dela se arregalarem e ela voltar a postura.

- Sua noiva? - ela perguntou enquanto me olhava curiosa, mas eu não tinha tempo para essa conversa.

- Sim! Minha noiva. - a moça se afastou de mim e limpou a garganta.

- O Doutor está solicitando a sua presença no quarto 13. - ela disse, sorriu forçado e foi embora. Eu sabia que ela ficaria me dando mole e eu acabaria caindo em tentação, mas não era naquela tentação que eu queria cair.

Eu estava andando pelo corredor, olhando os números nas porta e quando vi a porta número 13, eu entrei desesperado.
A Selyna e o Doutor estavam ali conversando, quando eu entrei a Selyna me olhou e sorriu, fazendo eu me acalmar e sorrir aliviado.

- Oi. - eu fui até ela e segurei a mão dela.

- Oi. - ela disse fraca e eu estava tão feliz de vê-la acordada e sorrindo.

- Como você tá? - eu disse me sentando em uma cadeira e beijando a mão dela.

- Bem. - ela não falava muito, eu olhei para o médico e ele apontou para fora com os olhos.

- Eu vou conversar com o médico e daqui a pouco eu volto, amor. - ela acentiu com a cabeça, eu dei um beijo na testa dela e sai para o lado de fora.

- Como ela está? - eu perguntei ao médico e respirei fundo, ao ver que ele não vinha com uma cara muito boa.

- Então...- ele coçou a cabeça. - Ela está correndo um risco bem ruim. - Droga.

- Como assim? O que ela tem? - meu coração voltou a acelerar e eu comecei a sentir minhas mãos suando.

- Ela....- ele evitava falar e meu coração começou a doer, eu estava morrendo de medo dele dizer que ela morreria.

- Por favor....- eu passei os dedos entre meus cabelos. - diz. - eu olhei para ele, que me olhava de um jeito triste, como se ele não pudesse me dizer nada tranquilo.

- Ela está grávida. - as palavras dele me atingiram como um soco no rosto, eu não sabia o que fazer, o que dizer, e muito menos o que pensar. Eu estava sem chão. - E tem mais...- eu o olhei rapidamente.

- O que? - eu perguntei com o coração nas mãos e um nó na garganta.

- Ela tem pouquíssima chance de sobreviver ao parto. - Ai, merda. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu comecei a dar socos na parede.

- Por que? - eu perguntei enquanto cerrava os punhos.

- Ela tem uma animia que a impede de perder muito sangue. E em um parto....- ele nem precisou terminar, eu já havia entendido. Era tudo culpa minha e da porra de um jogo idiota, cujo ela nem queria jogar. As lágrimas rolaram e eu seria a única pessoa que poderia dizer aquilo a ela.

- Não tem nada que possamos fazer? - eu disse enquanto o olhava com extrema esperança.

- Ela não tem forças o suficiente nem para abortar, então a única coisa que ela pode fazer....- ele deu de ombros receoso.

- Diga! - eu disse ao imaginá-lo me dando uma solução.

- Ela teria que perder o bebê antes de completar 3 meses de gestação. - Merda.

- É a unica solução? - eu não sei se ela aceitaria tentar perder um bebê.

- Sinto muito. - ele deu dois tapas no meu ombro e saiu. Eu fiquei ali por alguns segundos pensando em como dizer a ela que ela morreria... e eu não sei se conseguiria. Entrei na sala e a Selyna me olhou com um sorriso tão, tão, tão lindo que me levava ao céu.

- Tudo bem? - ela disse ao me analisar.

- Precisamos conversar amor. - eu me sentei na cadeira e ela sorriu para mim, fazendo meu coração se quebrar.

À Felicidade Eterna.Onde histórias criam vida. Descubra agora