°°••Capítulo 38: Tudo parecia bem, só que não••°°

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POV: Harry

Recostado a cabeceira da cama, ouvi as vozes do corredor invadir em tom diminuto o quarto. Passei a prestar a atenção e até mesmo revirei os olhos por estar sendo contrariado.

Eu simplesmente havia dito que estava bem, enquanto Draco me desacreditava perante o médico, que a pouco minutos atrás tinha me examinado.

Eles conversavam e o alfa super protetor trava de convencê-lo a me convencer a aceitar a internação.

Como uma criança brava por estar sendo forçado a ir a um lugar que não gosta, me angustiava antes mesmo de uma resposta médica sobre o assunto.

— Em todo caso, não creio que será necessário. Ele não quebro o nariz só teve uma pequena luxação, pode fazer uma compressa com gelo por dez minutos, para diminuir a dor e o inchaço, vou prescrever alguns analgésicos e anti-inflamatórios, o Paracetamol e o Ibuprofeno, já são o suficientes, só lembrando para tomar muito cuidado para não mexer no nariz. — Ouço o médico falar.

— Eu discordo... — Draco já começava a falar novamente.

Tinha que interrompê-lo, do contrário, sofreria uma internação completamente desnecessária.

— Draco Lúcio Malfoy! — Gritei em uma chance de chamar sua atenção.

Como se sobre passasse as barreiras do tempo e espaço, Draco se plantou ao meu lado. Revisando-me como se algo tivesse me acontecido.

— Calma. — Pedi depois dele quase me pegar no colo.

Se pudesse adivinhar, Draco estava remoendo alguma coisa, pois nunca mostrou-se tão alterado e preocupado.

— Você está bem? — Perguntei.

— Por que está perguntando isso? O paciente não é você? — Ele questionava-me de volta, mas com certeza se esquivando.

— Dray, vou falar pela última vez. — Respirei fundo, recolhendo o restante de paciência que me restava. — Eu estou bem.

— Mas Hazz...

— Mas nada. — Disse interrompendo. — Mande o médico ir embora, deixe-me dormir, já é madrugada. — Falo em tom de ordem e o maior parece não retrucar.

— Mas se sentir qualquer coisa... 

— Sim, eu aviso. — Digo já sabendo o fim da frase.

Não poderia ser simplesmente "sim, porquê sim". Então algo me dizia que precisava fazer com que o CEO se abrisse de uma vez por todas.

Draco havia descido para acompanhar o médico até a porta, e quando ouvi passos já perto da porta, achei que poderíamos por fim chegar a conversar.

Antes mesmo de entrar, o som dos sapatos de couro tocando sua sola no chão, cessou.

— Como pode ter achado que eu o machucaria? — A pergunta surgiu de uma voz masculina fria.

Lúcio, pai de Draco. Ele havia se apresentado mais cedo, quando eu e Scorpius vínhamos entrando acompanhados do taxista cara de rato que ao fim se revelou ser um funcionário.

Sua voz trazia certo ar de injustiça, mas Draco logo o respondeu, me deixando boquiaberto.

— Para quem matou minha mãe, ferir Harry poderia não ser nada.

— Pode me culpar o quanto quiser, Narcisa era fraca, não foi eu que cortou os pulsos dela. — Ele se pronúncia e então tudo se cala.

Não ouvi nada por um tempo além dos sons de passos se dissipando. Então alguns minutos se passam e a maçaneta é girada.

Meu CEO insuportável Onde histórias criam vida. Descubra agora