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Thiago Rodrigues, 29 anos.
@// azevedo

Trovão

Eu tava num ódio bolado, bagulho que tirava minha paz! Eu não era o melhor pai do mundo, mas nem fudendo que eu era um filho da puta com meu menor. Alicia sempre foi surtada da cabeça, desse que eu conheci ela, mas me amarrei porque tinha poder sobre ela, não demorou muito pra ela baixar a guarda.

Isso fez até um relacionamento maneiro, e ia durar pra caralho se ela não tivesse descoberto que não era a única, quis meter o louco e tá aí nessa até hoje. O Luiz veio porque alguma coisa tinha que ter de bom nesse bagulho todo, e era ele.

Não sou nem de longe o melhor pai do mundo, mas sou da hora. Meu tempo livre é com ele, faço os bagulhos que ele quer, dou maior atenção, meu melhor amigo ele é, e tá ligado disso! Faço tudo pra manter ele longe dos bagulhos do tráfico, eu não queria isso nem pra mim, imagina se vou marolar isso pro meu filho...

Ele morava comigo e com minha mãe, não tinha condições nenhuma de deixar ele com a Alicia, vivia querendo gritar, bater no menino, e esses bagulhos me dão um ódio do caralho! Não era assim que funcionava comigo.

Desde moleque o Luiz sempre teve amizade com o Caio, inclusive acho o moleque da hora, maior educado e brabo, diferente da maioria dos moleques do morro que são soltos por aí, fazem o que querem e os pais tão pouco se fudendo.

Sabia que ele tinha esse bagulho de proteção, que a mãe não deixava ele chegar perto do bagulho ruim e por isso eu acho maneira e dou maior força pra amizade dos moleques, mas a Alicia tem uma neurose do caralho com a mulher.

Só porque a garota é puta, caô do caralho. Na cabeça da Alicia, ele vai fazer alguma coisa de errado com o filho, mas papo reto mesmo?! Alicia tem na cabeça dela que eu já comi a Maria Luiza, por isso cisma tanto.

Cheguei na casa da Alicia e pulei o muro, o portão tava fechado e eu ia derrubar no chute, mas o Luiz ia se assustar. Pulei o muro abrindo a porta e o Luiz tava encolhido no canto enquanto a Alicia gritava pra ele que não queria ele perto do Caio, puxei o cabelo da Alicia empurrando ela pra trás e entrei na frente dela.

Trovão: Essa foi tua última chance, te falei que mais um vacilo e tu ia ficar sem ver meu filho. Tu não vai chegar perto do Luiz até que eu diga ao contrário, e se chegar sem minha permissão, tu vai ficar fudida.- Apontei segurando o rosto dela, isso foi o suficiente pra ela baixar a bola.

Alicia: O Luiz é meu filho, eu que coloquei no mundo.- Gritou.

Trovão: E não muda em caralho nenhum.- Falei dando as costas pra ela.

Luiz me olhou se levantando e veio pro meu lado, segurei o ombro dele passando por ela e só fiz encarar. Sai abrindo o portão e o Luiz olhou pro Robson, que tava mexendo no celular encostado na moto.

Robson: E aí garotão, qual foi ein? - Luiz deu os ombros.

Luiz: Eu só tava brincando com o Caio, a tia Malu fez uma lasanha muito gostosa.- Falou batendo na barriga.

Robson: Por isso que tu se amarra lá né, porque na tua casa tu tá fudido. Teu pai e tua avó é o mermo que nada pra te dar comida.- Falou rindo.

Luiz: Pelo menos eles nunca queimaram o arroz.- Falou negando com a cabeça.

Robson fechou a cara dando um tapa nele e eles começaram a gastar na lutinha, arrastei o Luiz pra longe e fui descendo pra casa da gente, e o Robson foi resolver os b.o na minha moto.

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