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Trovão.

O bagulho tava foda pra mim, papo reto. Eu era um fudido maneiro mermo, da hora isso. Faço os bagulhos pra ter alguma parada boa em troca, e só me fodo, maneiro demais! Duas semanas que a Maria Luiza não falava comigo, tava achando que a vida era um morango.

Eu até tinha ido, terça, quarta, sexta e no sábado. Mas depois cansei desse bagulho e mandei ela se fuder, não ia tá pagando esse papel pra essa garota. Se ela queria terminar o bagulho ia ter, ficar felizona aí como ela queria.

Eu tava tranquilão na praça quando vi um carro subindo, a mão foi parar na cintura e quando abriu a porta, vi a Maria Luiza saindo. E de cara vi que era o menor que tava dirigindo, tirei a mão na cintura desviando o olhar e peguei meu copo de cerveja, vendo o Vg levantar da mesa.

Malu: Júlia.- Escutei ela gritar e olhei achando que era algum bagulho sério, mas a Júlia tava correndo de braços abertos na minha direção.

A garota parecia a mônica do desenho lá filho, papo dez. Gordinha, quando sorria só aparecia os dois dentes da frente e era maior danada, eu dei um sorriso de lado estendendo o braço pra ela e ela pulou no meu colo.

Júlia: Titio.- Falou me abraçando e eu beijei a cabeça dela, vendo os moleques me olhando.

Robson: Ih, chegou a chata.- Falou olhando pra ela, que deu língua pra ele.

Trovão: Ou cara, para de abusar a garota.- Ela me abraçou de novo e eu neguei com a cabeça.- Veio fazer o que aqui?

Júlia: Tio Vagner vai pagar lanche pra gente.- Olhei pra ele que tava conversando com a Maria, o Caio só me olhava de longe e eu balancei a cabeça pra ele.

Me levantei ajeitando ela no meu colo e fui na direção dele, parei um pouco longe da Maria Luiza e Vg, e ele veio correndo parando na minha frente. Troquei uma ideia com ele colocando a Júlia no chão e vendo ele me abraçar.

Vagner: Para com a palhaçada cara, cola aí pra pagar o lanche, Trovão.- Apontou pra mim, levantei o olhar vendo a Maria Luiza me olhar e assim que eu olhei pra ela, ela desviou o olhar.

Trovão: Põem na conta filhão.- Falei dando as costas e dei tchau pros moleques.

Voltei a me sentar no meu lugar e enchi meu copo virando, os moleques me encarando com maior cara de graça e eu olhei feio pra eles.

Tota: E aí irmão, papo que ela tá solteira né? - Eu encarei ele.

Trovão: Tô pra graça desses bagulho não mano, fica quieto aí! - Falei sério, vendo eles pararem de graça.

Robson: Mas tá solteira né? - Foi o único que falou alguma coisa, encarei o Rb com minha pior cara e ele balançou a cabeça pra mim rindo.

Fiquei de cara fechada ali, os moleques adiantaram e trocaram de assunto, fiquei observando de longe os bagulhos da praça e me levantei, joguei o dinheiro na mesa e peguei a moto. Subi pra minha casa e não tinha ninguém, tomei um banho e desci pra deitar no sofá, tava cedo pra caralho pra descer pro baile ainda e eu liguei a televisão, procurando por algum bagulho.

Eu acabei cochilando ali mermo, quando levantei foi com os moleques me ligando. Subi pra trocar de roupa, e quanto tava descendo as escadas vi que tava geral entrando, Luiz, Caio, Júlia, dona Lúcia e Maria Luiza. Meu olhar bateu com o dela na hora, eu que virei a cara e olhei pro Luiz.

Primeira dama Onde histórias criam vida. Descubra agora