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Trovão.

Depois de deixar a Maria em casa, eu desci pra minha casa pensativo nos bagulhos, ainda não tava rendendo nenhuma pro Luiz. Por mais que eu estivesse mais tranquilo, tava me culpando pra caralho e aí, só fodia tudo.

Ele percebeu, ficou até mais quieto quando viu e nem falou nada, mas ele sabia de cara que eu tava bolado com ele, e eu nem precisava falar mais muita coisa.

Luiz: Pai? - Falou assim que eu coloquei o carro pra dentro de casa, estacionei no bagulho e olhei pra ele.- Por que você ainda tá chateado comigo?

Trovão: Papo dez? - Ele confirmou, me encarando.- O bagulho nem é contigo, tá mais pra papo meu mermo.

Luiz: Por que? - Questionou o bagulho e eu parei no tempo.

Trovão: Mermo eu te dando altos bagulhos desde novinho, nunca consegui te deixar long da maldade da Alicia.- Falei olhando pro nada.

Eu me amarrava em falar que ele já era bem grande pros bagulhos, mas eu sentia que pra falar disso, ele ainda era um bebê que nem sabia o que fazer direito. Eu nunca tinha trocado com ele sobre isso, mas sabia que era obrigação minha!

Luiz: Você não tem culpa por ela ter sido...- Parou de falar por uns segundos.- Uma péssima mãe.

Trovão: Não pô, não tenho! Mas eu deveria ter te tirado de perto dela na primeira chance, mas eu não fiz isso. Tu tá ligado por que não? - Ele negou e eu encarei ele.- Porque eu senti um medo do caralho de tu crescer e me odiar por isso! Mas coisa pra caralho poderia ter sido diferente.

Luiz: Eu sempre fui muito bobo pra entender sobre ela, na verdade eu não sabia o que fazer. Uma hora ela dizia que me amava, mas sempre fazia tudo ao contrário.- Falou com voz de choro.- Mas eu sou grande o suficiente pra entender que ela não me amava... a minha mãe não me amava.

Fiquei sem saber o que falar, engoli qualquer bagulho que passou pela minha mente só por ver o Luiz me encarando. Mas papo reto, o que mais me ligou foi a forma que ele falou, como se tivesse pouco se fudendo pra isso, e esse bagulho não era assim!

Trovão: Eu só não quero que tu cresça um filho da puta que nem eu cresci, fingindo que nada aconteceu pra pagar de tranquilo! - Falei negando.- Ela foi a pior pessoa do mundo pra tu pô, mas tu tem que deixar ele bagulho sentir, botar pra fora de qualquer maneira, não fingir que tá tranquilo pô, não tá.

Luiz: Ué, mas eu converso com a vovó, ela me ajuda... Tá tudo bem pai, o tio Robson falou uma vez que tudo que minha mãe não me deu, você tentou me dar duas vezes mais. E eu amo você por isso, eu sei que você é meio maluco da cabeça, mas eu sou tô ligado em tudo que você faz por mim!

Trovão: Tá ligado mermo? Papo reto?! - Encarei ele que sorriu, confirmando.

Luiz: Papo reto! - Falou pulando no banco pra me abraçar. 

Ele sentou no meu colo e eu abracei ele beijando a cabeça do Luiz, se pá, deixei até uma lágrima escapar, mas bagulho pique de crocodilo, quase não tem.

Depois dessa parada, fiquei até mais leve. Relaxei minha mente e a gente entrou, ele foi animado correndo pela casa quando viu que a janta tava na mesa e minha coroa tava com o Rb, Vg e a Vivi na mesa, eu olhei pra amiga da Malu de canto e fiquei sem entender.

Robson: E aí mano casado! - Bati na cabeça dele, vendo o Luiz sentar na mesa.

Trovão: Fala a boa.- Olhei pra coroa.

Vagner: Mano tá casado aí também, mó papo de trairagem e os caralho comigo.- Apontou com a cabeça e a Vivi riu.

Lúcia: Olha a boca na mesa garoto, quem manda querer pegar todo mundo? Agora ninguém quer, bem feito! - Debochou e eu soltei uma risada de lado.- Cadê a Malu?

Luiz: Foi pra casa, mas a gente vai morar junto.- Falou antes de mim, quase gritou animado e eu encarei ele.

Trovão: Aí meu mano, qual foi? Vai procurar algum bagulho pra fazer, para de fazer fofoca garoto.- Apontei pra ele, vendo todo mundo olhar pra mim.

Vivi: Malu vem morar definitivamente aqui agora? - Falou animado.

Robson: Nem to entendendo essa história, pra quem não queria casar, não queria laço... Nunca nem assumiu ninguém, pra tá agora assim? - Falou me gastando.

Vagner: Assumiu a primeira dama e agora acha que a na disney, qual é.- Neguei com a cabeça pra eles dois e a Lúcia já tava se levantando da mesa.

Lúcia: Eu vou organizar uma festa, isso precisa de comemoração e muita cerveja.- Falou animada.- Eu nem acredito que finalmente você tá namorando uma garota maneira!

Robson: Cadê a festa pra mim também cara? Tá vendo?! Preconceito é foda.- Apontou com maior inveja.

Eu soltei uma risada fraca olhando pro Luiz que depois de ter aberto maior bocão, tava comendo como se não houvesse amanhã. Maria Luiza ia me matar o mais rápido possível porque ela tinha mandado eu calar a boca, que não queria que ninguém soubesse agora.

Mas eu nem tinha culpa de nada pô, tava maior calado na minha e minha cria que abriu o bico. Eu saí dali indo levar as bolsas pro quarto e fui tomar banho, quando sai já senti meu celular tocando e foi só colocar no ouvido pra ouvir ela me xingar.

Primeira dama Onde histórias criam vida. Descubra agora