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Trovão.

Eu me levantei saindo do quarto e fui no banheiro, tomei um banho rapidão e fui no quarto arrumar meus bagulhos, sai de novo e abri a porta do quarto dos moleques, eles nem tavam mais ali e eu fiquei sem entender o bagulho, rodei pela casa e não encontrei.

Sai olhando pros moleques que tavam de segurança e encarei eles.

Trovão: Os dois moleques saíram pra onde? - Apontei.

— Não passaram por aqui não, chefe.- Negou.- Eu tô aqui desde cinco, não vi eles.

Trovão: Manda algum menor dar uma volta atrás deles, eles não tão aqui.- Ele confirmou e eu entrei em casa.

Passei a mão na cabeça sabendo que já tinha b.o logo cedo e me sentei no sofá, quando fui pegar meu celular a Júlia apareceu coçando o rosto, encarei ela que subiu no sofá e deitou do meu lado.

Júlia: Cadê o Caio? - Falou me olhando.

Trovão: Não foi, acho que ele foi dar um rolê com o Luiz.- Ela revirou os olhos.

Júlia: Você pode ter uma filha com a titia Malu? Aí fica dois meninos, e duas meninas.- Falou animada.

Trovão: Acordou essas horas e já tá com disposição pra pensar nesses bagulhos? - Balancei ela que soltou uma risada.

Ela fechou os olhos colocando a mão em cima e eu fiquei marolando no celular, até escutar a voz dos moleques. Eles entraram rindo, só de bermuda, maior cara de sonso. Quando viram minha cara fecharam o sorriso na hora, e eu fiquei encarando os dois.

Trovão: Quem deixou vocês sairem? - Eles se olharam.

Luiz: A gente só foi dar um rolê lá...- Não deixei ele falar.

Trovão: Eu perguntei isso? - Ele se calou e eu olhei pro Caio.

Luiz: Jae, a gente vai tomar banho e depois a gente conversa.- Os dois iam passar, eu me levantei parando na frente deles e encarei.

Trovão: Vocês saíram por onde?

Luiz: A gente meio que pulou o muro de trás, mas os moleques não iam deixar a gente passar.- Falou coçando a cabeça e soltou uma risada.

Assim que eu cheguei perto do Luiz, senti o cheiro de maconha. Ele me encarou e sustentou o olhar tranquilo, mas assim que eu olhei pro Caio, ele entregou na cara de nervoso!

Segurei a mão do Luiz e cheirei, o cheiro foi certo. Eles se afastaram e eu viajei pra caralho, não sabia nem o que fazer, sai da frente deles e apontei pro quarto, foi o único bagulho que eu fiz. Fechei a cara na hora, os moleques só tinha 11 e 10 anos pra tá querendo meter marra de tá fumando maconha.

E querendo esconder logo de mim? Logo de mim filho, papo reto... Vivo com cigarro no bico 24horas, maior burrice mermo. Mas eu tava bolado pra caralho, não sabia nem se falava pra Maria Luiza ou resolvia só com eles mermo, mas eu tava desacreditado ainda filho, papo reto.

Júlia: Tio, eu tô com fome.- Chamou minha atenção, olhei pra ela e balancei a cabeça.

Me distrai com esse bagulho da Júlia e fui fazer alguma parada pra ela comer, me sentei olhando ela comendo, a garota tava nem aí pra vida, mas eu tava numa neurose que não sabia nem por onde começar.

Primeira dama Onde histórias criam vida. Descubra agora